Tua Escrava
sou sim, tua escrava sou,
terra foi isto que restou,
respiro um viciado oxigênio,
minha fotossíntese é artificial,
orvalho só nos vidros da janela,
toma barulho, bitucas de cigarro,
resto de café, àgua quando puder,
sol tenho saudades,
verdinha, estou perdendo minha cor,
este vaso balanço para quebrar,
tire-me daqui sou dos verdes campos,
dos olhos azul-claros de minha memória,
brisa suave a me acariciar,
tua escrava nesta bolha não quer mais ficar.
Ricardo Marques |