Serras do Indaiá
e o menino quer recordar,
tem vontade de não crescer,
solta um grito, rodopia,
baila no palco do reviver.
e o menino é livre,
encanta-se com vales floridos,
viaja na poeira da estradinha,
vislumbra com serras de café.
e o menino voa,
vê brotar da terra vida,
o canto da seriema ao entardecer,
zéfiro sopra a porteira que range.
e o menino acorda em festa,
galo pontual no estéio, mina d`agua na moringa,
carro de boi cantarolando, cana caiana, engenho,
tacho de cobre, rapadura, goiabada cascão.
e o menino corre pelas túias,
observa a dança das peneiras,
nas noites enluaradas tião sanfoneiro
transforma paiol grande na alegria de todos.
um pequeno mundo grande
que sempre estará presente
no sorriso iluminado
daquele menino das serras do indaiá.
Ricardo Marques |