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Infantil-->Rapôncia - Lenda dos Grimm -- 08/01/2003 - 10:50 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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texto


Houve uma época em que um homem e uma mulher desejavam há muito tempo uma criança, mas sempre em vão. Finalmente, a Sra. Esperança engravidou-se, por obra e graça de Deus e Maria Santíssima. De uma pequena janela por trás da casa as pessoas podiam ver um esplêndido jardim, repleto das mais belas flores e ervas; porém, ele era circundado por uma parede muito alta, e ninguém ousava ultrapassá-lo, porque ele pertencia a uma feiticeira que possuía grande poder e que amedrontava a todo o mundo.
Um certo dia, a mulher posicionou-se naquela janela e contemplou o jardim que ficava logo abaixo. Então, ela observou um canteiro em que haviam sido plantados os mais bonitos rapôncios e eles estavam fresquinhos e verdes, e tão atraentes que despertaram nela, que estava grávida e muito aguada, um grande desejo para comê-los. O desejo aumentava diariamente, e desde que ela soube que não poderia ter nenhum deles, ela ficou muito abatida, pálida e cheia de queixumes. Então, o marido ficou assustado e perguntou:
"O que lhe falta, meu amor?"
"Oh," ela respondeu, "se eu não conseguir nenhum rapôncio para comer, do jardim lá de trás da casa, acho que vou morrer."
O afetuoso homem pensou:
"Eh, se não quer que sua esposa morra, colha para ela os rapôncios, custem o que custar."
À noitinha, ele escalou o muro do jardim da feiticeira, arrancou depressa um bom punhado de rapôncios e levou-os para sua esposa. Ela aprontou logo uma boa salada com eles e comeu-os até matar seu desejo. Porém, ela gostou tanto deles que ela repetiu a dose nos três dias seguintes. Para que ela se acalmasse, o homem teve que escalar uma vez mais o muro do jardim. Ele se aprontou, novamente, para sair durante o crepúsculo vespertino. Mas, quando ele acabou de chegar ao jardim, ele ficou apavorado, porque a feiticeira estava à sua frente.
"Como você ousa fazer isto," perguntou ela com olhar furioso, "pular para o meu jardim e, como um ladrão, vir roubar meus rapôncios? Eles vão lhe fazer muito mal!"
"Oh," respondeu ele, "perdoe-me, tenha clemência, faço isso só por necessidade. Minha esposa observou seus rapôncios da janela e teve um desejo tão grande que poderia até morrer, se eu não viesse aqui e ela não pudesse comê-los."
Então, a feiticeira se acalmou e lhe disse:
"Já que é assim como você diz, eu vou permitir que você colha os rapôncios, tantos quantos você quiser, mas, tem uma condição: você tem que me dar a criança que a sua mulher vai ter. Ela vai viver bem e eu vou cuidar dela como se fosse sua mãe".
O homem, morrendo de medo dela, prometeu-lhe tudo, e quando a mulher ficou de resguardo, a feiticeira apareceu imediatamente, deu para a criança o nome de Rapôncia e levou-a embora consigo. Rapôncia ficou sendo a criança mais bonita sob o Sol. Quando completou doze anos de idade, a feiticeira trancou-a numa torre, bem no meio de uma floresta, onde não havia nem escada, nem porta, somente uma janelinha. Quando a feiticeira queria entrar, ela se postava lá embaixo e gritava:
"Rapôncia, Rapôncia, abaixa seu cabelo pra mim!"
Rapôncia tinha cabelos longos e magníficos, entrelaçados e finos como fios de ouro. Se ela ouvia a voz da feiticeira, então, ela desamarrava suas tranças, enrolava-as num gancho da janela e deixava que seus cabelos caíssem, mais ou menos, uns 45 metros abaixo, para que a feiticeira trepasse neles e chegasse até lá em cima.
Passados alguns anos, aconteceu que o filho do rei cavalgava pela floresta e chegou até à torre. Então, ele ouviu um canto tão cheio de ternura que o fez ficar parado, em silêncio e ouvir atentamente. Era Rapôncia que, em sua solidão, para passar o tempo deixava sua doce voz ressoar. O príncipe quis subir até onde ela estava, e procurou por uma porta da torre: mas, não havia como achar. Ele cavalgou para casa. Porém, o canto tinha mexido tão profundamente com o seu coração que ele ia diariamente à floresta somente para escutá-lo.
Certa vez, ele estava postado atrás de uma árvore, quando viu a feiticeira se aproximar, e ouviu, como que ela gritava para cima:
"Rapôncia, Rapôncia, abaixa seu cabelo pra mim!"Assim, Rapôncia abaixava as tranças, e a feiticeira subia por elas até lá. "Hum..., é essa a escada para qualquer um chegar lá em cima? Então, nem que seja uma vez só, mas, eu vou tentar e ver se dou sorte."
No dia seguinte, quando começou a escurecer, ele foi à torre e chamou:
"Rapôncia, Rapôncia, abaixa seu cabelo pra mim!"
Imediatamente, os cabelos dela se estenderam e o príncipe subiu por eles até ela. De início, Rapôncia ficou muito assustada, por ver um homem querendo se aproximar dela, sem nunca ter visto, pelo menos, os seus olhos. Mas, o filho do rei começou a conversar com ela de modo muito amável e lhe contou como seu coração ficou tomado pela ternura do seu canto, tanto que ele não ficou mais em paz e, por isso, ele tinha que vê-la. Assim, Rapôncia perdeu o medo, e quando ele perguntou-lhe se ela o aceitava como esposo, vendo que ele era jovem e atraente, ela pensou:
"Ele gosta mais de mim do que a dona Deusinha", e respondeu-lhe:
"Sim", e, pondo sua mão nas mãos dele, disse-lhe mais:
"Eu quero muito ir com você, mas, não sei como posso descer. Quando você voltar, traga uma corda de seda para que eu possa fazer uma escada de mão e, quando ela estiver pronta, eu poderei descer por ela e, então, você me apanha com seu cavalo."
Eles combinaram de se encontrar todas as noites, pois, a velha vinha sempre durante o dia. A feiticeira não notava nada de anormal, até que um dia Rapôncia começou a lhe falar:
"Dona Deusinha, diga-me, por favor, como pode ser isso? A senhora é muito mais pesada que o filho do rei para ser puxada até aqui..."
"Ahn? Ahh, você, criança pecadora!" Clamou a feiticeira. "O que ouço de você? Eu, que pensei que havia isolado você de todo o mundo, mas, você acabou por me enganar."
Furiosa, agarrou os belos cabelos de Rapôncia, firmou-os bem com a mão esquerda e, com a direita, pegou uma tesoura e... crau! Em poucos segundos, suas tranças cortadas foram para o chão. E ela foi tão impiedosa que levou a pobre Rapôncia para um deserto, onde ela teve que viver com grande aflição e miséria. Porém, no mesmo dia em que ela castigou Rapôncia, à tardinha, ela dependurou as tranças no gancho da janela, e quando o príncipe chegou e chamou:
"Rapôncia, Rapôncia, abaixa seu cabelo pra mim!"
Então, ela deixou o cabelo cair até lá embaixo. O filho do rei subiu e já não encontrou sua querida Rapôncia, mas, sim, a feiticeira que o fitava com maus e venenosos olhares.
"Ah, ha, ha," zombeteou ela, "você veio buscar seu amor, mas o belo pássaro já não se encontra mais em seu ninho, e nem canta mais, pois os gatos o pegaram e, ainda, safaram-se dos olhos seus olhos também. Por sua causa, Rapôncia está perdida e você nunca mais a verá."
O príncipe ficou fora de si de tanta dor e, no desespero, ele saltou da janela da torre para baixo. Com isso, ele não perdeu sua vida, mas, os espinhos, nos quais ele caiu, picaram-lhe os olhos.
Assim, ele vagou cegamente em redor da floresta, comendo nada mais que raízes e bagas e não fez nada mais que chorar e lamuriar pela perda de sua bem-amada. Ele vagou alguns anos na miséria e, finalmente, entrou no deserto onde Rapôncia vivia miseravelmente, porém, cuidando dos seus dois filhinhos que ela havia gerado com ele, um menino e uma menina. Ele ouviu uma voz que lhe pareceu muito conhecida. Então, ele foi na sua direção e quando se aproximou, notando que era Rapôncia, caiu em seus braços e chorou. Porém, duas das suas lágrimas umedeceram seus olhos e ele, então, pôde enxergar novamente, e ver tudo tão bem quanto antes. Ele conduziu-os para o seu reino, onde viveram por muito tempo felizes e com muita alegria.
Fonte: www.udoklinger.de




















































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