Obsoleto
maria da graça almeida
Obsoleto, tudo o que ficou estático;
tudo o que permaneceu.
A brisa teima no invisível;
O flamboyant insiste no vermelho.
É a ausência da mudança, na impotência
da transformação.
Obsoleto, tudo.
Exceto o homem que, na mutabilidade escancarada,
apresenta novas faces ao espelho,
novas dores no joelho, cada marca aprofundada,
a aparência alterada.
Obsoleto, tudo,
exceto o homem em seu
cotidiano envelhecer.
maria da graça almeida
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