Brasília-mãe (*)
Não me posso esquecer de que te vi
Em sonho prometendo prosperar...
Puxa! como era lindo o meu sonhar!
O futuro decerto estava ali.
Do tempo que passou não me esqueci.;
Unidos -- dia e noite -- a trabalhar,
Peões, às vezes, reuniam-se num bar:
Conversa, pinga, arroz, e bom pequi.
Época de façanha. Era garoto.
Mas, como todos, tanto trabalhava
Com único uniforme, velho e roto.
Na luta incessante, séria e brava,
Crescia, rápido ao meu lado, um broto,
Que só de amor, hoje, o meu peito lava.
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(*) À Capital Federal, perto de fazer meio século que aqui cheguei e nunca mais saí. |