Usina de Letras
Usina de Letras
129 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50587)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Erotico-->A ESPIÃ -- 17/11/2001 - 10:14 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ESPIÃ

Paccelli M. Zahler

Caminhava distraído pela rua, observando as estrelas. Absorto, contemplava a lua cheia brilhando lá em cima.
Dobrou a esquina e não teve tempo de reagir. Foi agarrado por trás, deitado no chão úmido e frio de um beco escuro e sem saída. Seu pintinho foi tomado de assalto por uma perereca sedenta e gulosa.
O pintinho foi engolido, sugado e massacrado até a última gota. Foram 45 minutos que pareceram horas intermináveis. Perdeu os sentidos. Foi levado para casa às pressas, lavado em água fria, untado e massageado com pomadas japonesas. Houve tentativas de reanimação com elixir de catuaba, guaraná do Amazonas, ginseng, respiração boca a boca. Não teve jeito!
No dia seguinte, as manchetes dos jornais estampavam: PERERECA ASSASSINA ATACA NOVAMENTE.
Era o quinto caso na mesma semana. Depois do ataque, nada mais podia ser feito pelo pintinho. Ele entrava em estado letárgico e parecia morrer definitivamente ou sofrer de catalepsia.
A polícia redobrava os esforços fazendo buscas incansáveis pelos mais recônditos lugares da cidade. Nada. Não havia pistas, pois o ataque, na opinião do delegado, parecia ser dado pelo ar, provavelmente, uma perereca saltadora.
Os pintinhos uniram-se, fizeram passeata pela rua principal exigindo justiça. Eles reivindicavam segurança. Não podiam viver acuados, recolhidos em seus ninhos, sem direito ao livre trânsito pelas ruas como garantido pela Constituição Federal.
A Associação dos Pintinhos Massacrados (APM) comemorou quando foi indiciada e presa uma perereca suspeita de ser a responsável por todas as atrocidades. Seu nome era Teresa.Ela parecia estar se preparando para mais um ataque, quando recebeu voz de prisão.
Uma investigação criteriosa revelou ser Teresa uma espiã.Especialista nas artes orientais de hipnotismo, encantamento de serpentes e tortura, Teresa arrancava informações confidenciais de suas vítimas e as repassava para o país inimigo. A principal acusação que pesava sobre ela, no entanto, era de “assassinato de pintinhos”.
No dia da acareação e reconhecimento por parte das vítimas, um milagre aconteceu. À medida que se aproximavam de Teresa, os pintinhos acordavam do seu sono letárgico. Quando se afastavam, dava-se o contrário.
Em assembléia na APM, os pintinhos chegaram a uma triste conclusão: a execução de Teresa seria o fim de todos eles. Provavelmente, por ser especialista em artes orientais, Teresa os teria hipnotizado e agora exercia o seu domínio sobre todos eles. O que fazer?
Em negociação com o delegado, construíram uma prisão especial para Teresa.
Hoje, com casa, comida, roupa lavada e na maior mordomia, Teresa continua exercendo o seu ofício de espiã, mantendo sobre seu domínio centenas de pintinhos desamparados que suprem todas as suas necessidades tanto materiais como fisiológicas.
Teresa, além de espiã, era ninfomaníaca.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui