Brasis (*)
Bolsa-família,
Que assunto horrível!
Ao pobre humilha,
Põe-no em desnível.
Além da falta
De consciência,
Há o que assalta
E, torpe, vence-a.
Dê mais trabalho
Em vez de esmola:
O plano falho
Sequer consola.
O povo tem
Disposição,
Basta que alguém
Lhe dê a mão.
Não é migalha
Que o silencia.;
Isso atrapalha,
Muda-o de via.
Pede serviço,
Dão-lhe dinheiro.
E esse feitiço
O estraga inteiro.
Chega o terror
Pra sociedade.
Tem de se impor
A autoridade.
Só escrutínio
-- De voto certo --
Faz o extermínio
De tanto esperto.
É necessário
Saber votar,
E o pobre otário
Vive de ar.
Analfabeto,
Já num desdém,
Espera o teto
Que nunca vem.
Somente estudo,
Trabalho e esporte
Resolvem tudo,
Mas... têm seu corte.
Vil orçamento
Dota a cambada.;
Discernimento
É zero, é nada!
País se afunda,
Pobreza é grande,
E a coisa imunda
Cresce e se expande!
_________
(*) Brasília, DF, 16/07/2006.
|