Na rua dos cataventos
O poeta se encontrou
(ou será que se perdeu?)
Na rua da infância
que o progresso tragou
Eu também fiquei
perplexo, embevecido.
Mas a realidade,
puxando-me as orelhas,
põe-me em estado de alerta
E o passado, perdido na bruma
do tempo, inconsistente,
apaga os cataventos,
as pedras toscas,
a bola de meia,
o pião, as cantigas de roda,
as cadeiras na calçada,
a saudade teimosa...
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