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Poesias-->24 de Maio de 2005 -- 31/08/2006 - 00:33 (Poeta Maldito) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Encurta a respiração

Peito pequeno

Pulmão sangrento

Garganta rubra da infecta bactéria

Olhos inchados, úmidos,

E espirros

Seguidos.

Surge o corpo da sua longa hibernação.

Ah sim! Parece que é a morte que chega perto!

Mas é a vida...

Eu sei que estou vivo

Quando me perco no desejo

Da vacilante vida.

E até feliz eu fico

Quando o catarro envolvido

Do purulento sangue

Enche minha boca

Com uma tosse em infernal repetição.

Eu suplico que bata coração!

Eu te sinto no peito finalmente!



Ai, que chega minhas doses cavalares de morte...

Esse ungüento verde, de verde morte,

Esquentado minhas costas

E o xarope amargo

Esfriando meu corpo,

E lentamente vai sumindo meu pulmão,

Vai se escondendo meu coração,

E meu sangue, antes fugitivo da lei monótona da circulação,

É cárcere, punido a trabalhos forçados...

Eis que me vem a cura

De tudo que então lembrava vida.

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