Eu me acovardo de dizer,
E me calo sentado pensando,
Eu a adoro, e não sei porquê.
O desejo que arde
Nos meus braços que circulam você
São confusos, são débeis
E não sabem dizer:
Eu te queria toda nua
Toda lânguida em volúpia pura
E perdida numa carência inculta.
Estes olhos que nos olham...
Tudo então que eu queria largar,
Deixar tudo e só te beijar.
Toda luz que não deve acender,
Toda noite que não deve acabar,
Todo pejo que pede pra não ser...
Minha luta encantada com seu cheiro agora
Quer tudo e não vai em boa hora.
Queria tanto me acomodar em teus seios tesos
E descansar esse desejo que me devora.
Distrair toda vida quem em mim vigora,
Decifrando em teus cabelos os sonhos presos.
|