Saindo por uma porta, vejo o mar.
O mar que fizemos juntos,
Insaciável e presente.
O mar que põe medo, convida
E me deixa só na imensidão.
Criamos a imensidão ,
achando que era possível.
Criamos sóis, estrelas.
Belas baleias enormes onde nadamos o Tempo.
Você recolhendo peixes
Como se fossem tesouros,
Peixes prateados e vivos, sentimentos meus,
Sentimentos nossos.
Num barco de espuma areia
Quero que o mar não se vá.
Saindo por uma porta, o vejo lá.
E ao tentar guardá-lo comigo, desaparece.
Meu medo fica sozinho : eu não te acho mais.
Um mar tão enorme e forte, tão brutal,
E nossa rede de encantos de areia e sol-
Tudo se vai.
Como se fosse possível, guardo no balde a pá
Que qual varinha de fada, faz o mar entrar.
Guardo pra mim, todo o mar.
O mar que me destes, nosso mar.
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