Recolhendo os pedaços e as marcas, papéis
palavras e músicas, e deixando no lugar o quase-
não arrisco a dizer nunca mais...
Ver todos teus “eus” ou ao menos, vários :
obriga-me a ser uma só – como pássaro solto em deserto
sem água, sem sombra.
Não combinamos cinema, jantares
nem mesmo luares a dois:
tão longe! Tão sem explicação...
As marcas são tatuagens sem licença, sem remetente
embora habites o endereço e te arvores o direito de assinar
minha pele.
As tatuagens são ambíguas : passageiras mas eternas,
insinuantes
quanto à busca do infinito.
E eu, no deserto,
passeando em lua cheia a minha espera.
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