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Contos-->O brinquedo -- 12/10/2005 - 09:52 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era de ler muito. Qualquer coisa: livro, resvita, jornal, almanaque, encartes de propaganda. E assistia aqueles filmes lendários de princesas, piratas, além dos baseados nos contos das mil e uma noites. Respirava romantismo, ingenuidade, fascinação.
Além de tudo, vivia na solidão. Órfão desde tenra idade, criado num orfanato, nunca fora amado de verdade, pois a vida tinha lhe sido adversa e madrasta. Talvez, por isso mesmo, fosse autosuficiente, cuidava sozinho do seu mundo estreito, mundo de muro baixo, costumava dizer para as poucas pessoas com quem se relacionava: o carteiro, que só lhe trazia as cobranças bancárias, pois ninugém perdia tempo em lhe escrever; o Edilson, caixeiro, com quem conversava vez por outra, porque considerava uma pessoa inteligente e espirituosa; Adelaide, que lavava e passava as suas roupas, quando estava mais folgado de dinheiro, e só.
Quando se iniciou na informática, gastava horas e horas navegando pela Internet, pesquisando sites de literatura, porque era dado a escrever contos e romances, que rabiscava vezes seguidas, rasgava depois, tornava a escrever, até que o trabalho ficasse mais próximo do seu gosto, porquanto sabia que nada era passível de chegar à perfeição, mas quanto mais próximo melhor.
Entrou naquele site numa manhã de feriado, como a de hoje, 12 de outubro, diz de Nossa Senhjora Aparecida, Pàdroeira do brasil e , também, dia das crianças. Estava com a alma leve, acabara de tomar um banho refrescante, tinha tempo de sobre já que não era dia de trabalho.
E deu de cara com um site de literatura. Percorreu o nome dos autores, clicou em alguns deles, mas não se interessou muito pelo que escreviam, havia amargura demasiada em suas palavras, desencanto, frustração. Não era bem o que ele queria, gostava, como já visto, das coisas româticas,dos contos fantásticos, do mundo da fantasia que ronava de beleza e cor esta vida tão sáfara.
E, já meio desencatado, viu um pseudônimo feminino. Visitou sua página, deleitou-se com seus escritos leves, palavras doces, bem colacadas nas frases curtas e belas. Na leveza do seu estilo, na encantadora forma de encadear as pavras e frasear como quem, despreocupadamente, arremessa as palavras que, como se possuídas de um imã invisível, caíam nas frases espontâneamente.
Imaginou-a, então, nos seus sonhos. Era uma pessoa rica em virtudes, bonita de fisionomia, culta, inteligente, meiga, boa.
Passou a acompanhar tudo quanto ela escrevia, mandando recados, fazendo comentários.
Ela, educada, respondia e agradecia.
Fez-se sócio do site, começou a escrever também. E tudo quanto saía da sua mente tinha algo a ver com aquela mulher ideal que ele sonhara e que povoava a sua vida medíocre de beleza, juventude e esperança.
Mas, ela morava distante, noutro Estado, noutra área do país.
Um dia, sem saber do amor imenso que havia espargido com seus escritos, ela se deixou fotografar pelo marido e mandou a fato para ao site, ilustrando um dos seus escritos.
Ele, desiludido com a figura simplória que ficara estampada na tela do monitor, começou a chorar baixinho, depois num pranto convulso, como uma criança que, de repente, perde o seu brinquedo mais bonito.
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