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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 37 -- 07/09/2009 - 21:36 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 37


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37


Embora não me fosse a primeira vez a entrar naquela mata, só o fato de ter de voltar ali para procurar uma vara para pescar, causava-me calafrios. E quando demos os primeiros passos pela mata adentro, seguindo a mesma trilha pela qual passamos dois dias atrás, não só a lembrança daquele som vindo não sei de onde, o qual quase me fizera morrer de medo, como também a imagem de um ser monstruoso me fizer as pernas bambearem. E nem mesmo a presença de Luciana ao meu lado deixava-me com menos medo, pois o medo independe de termos ou não alguém ao nosso lado. Quando instala em nós, a presença de outrem ou as mais convincentes provas de que não há nada a temer pouco ou nenhum efeito tem sobre o medroso, pois o medo é como o ciúme: preferimos acreditar na nossa fantasia do que os fatos. E para ser sincero, Luciana, vendo-me reticente, com os olhos e ouvidos mais que atentos, como quem espreita o inimigo, insistia de forma um tanto jocosa, alcunhando-me de fracote e bichinha, para deixar de bancar o idiota pois não havia nada ali.
Para não mais ser humilhado, procurei me controlar, embora só externamente, e passei a concentrar na busca de algo para fazer a tal vara de pescar. Sabia não ser difícil encontrar uma, pois em alguns pontos, misturado aos grandes troncos, encontrava-se árvores ainda muito jovens, com pouco mais de um metro de altura. E foi tão somente há alguns metros dali, numa pequena subida mais acentuada que avistei o que estávamos a procurar.
-- Ali! – apontei. -- Achei!
Luciana sem me esperar correu por entre a vegetação, como que desembestada. Na pressa, a peça inferior do biquíni prendeu-se num galho caído ao chão, arrebentou-se e desprendeu-se-lhe do corpo. Vi quando Luciana tentou segurá-lo, mas este ficou dependurado alguns centímetros de seu corpo.
-- Merda! -- Foi a única coisa que disse antes de apanhá-lo para ver onde havia rompido. E após examiná-lo disse: -- Arrebentou bem aqui. Não sei se vai ter jeito. Já está ficando podre, isso sim!
-- E agora? -- perguntei ao me aproximar.
-- Por enquanto vou ter que ficar assim. Quando chegar na cabana vejo com as meninas se tem como dar um jeito. Se não tiver paciência – asseverou Luciana com naturalidade, como se andar com as partes pudicas, aos olhos de todos, não lhe causasse nenhum embaraço.
-- Mas você vai andar assim, pelada?
-- E qual o problema? Se tivesse quem esconder ela, seria de você. Mas... Bem... De você não tem mais o que esconder. Já até comeu ela. -- Mais uma vez Luciana não perdeu a oportunidade de fazer piadas. Parecia-me que ela sentia prazer em me deixar envergonhado. -- Além do mais. Não dou mais três dias para o biquíni delas caírem aos pedaços. A tua sunga é que vai durar um pouco mais. Até é melhor. Não quero aquela franguinha da Marcela de olho nesse troço aí. -- Vermelho eu estava e mais ainda fiquei. -- O que foi? Só porque falei nele e você já ficou todo cheio de vergonha? -- Num movimento rápido e inesperado, agarrou-me a sunga e puxou-a para baixo. -- Já te avisei. E não tente me enganar. Enquanto a gente estiver nessa ilha, e pelo jeito vamos ficar aqui por um bom tempo, ele é só meu. Se você transar com ela, sou capaz de quebrar ela toda. Viu bem? Nem tente! -- Ameaçou ela mais uma vez, olhando com olhos faiscantes, como que possuída por uma raiva incontrolável.
-- Não vou tentar – respondi após um breve silêncio. Ah! Como me custou proferir tais palavras. Talvez o aperto no coração me fosse tanto ou maior do que no peito daquele crente fervoroso que, para salvar seus entes queridos, renega a própria fé. Se havia alguma dúvida quanto a impossibilidade de tentar alguma coisa com Marcela, estas não existiam mais. Por amá-la não poderia por a sua vida em risco. Luciana era capaz de cumprir suas promessas, pois não havia nada a impedi-la disso.
-- Também não sei o que você viu naquela fedelha. -- Enquanto falava, Luciana desatou a parte superior do biquíni e, inteiramente nua, acrescentou: -- Olha os meus peitos! Não são maiores e mais bonitos que os dela? Veja como são volumosos. -- Olhei. Não havia outra coisa a fazer. Súbito, virou de costas e voltou a fazer comparações. -- E minha bunda? Também não é maior? Mais bem delineada? -- Lembro-me desta palavra porque era a primeira vez que a ouvia. Delineada? O que ela queria dizer com delineada. Tive vontade de perguntar-lhe mas a timidez não deixou. -- Agora olha para ela – pediu virando-se de frente. -- Duvido que ela tenha uma assim, igual a minha. Vai ver que nem pelos tem ainda. Você não gosta dela?, de enfiar ele nela?
Não respondi. Apenas fitei-lhe as partes íntimas por alguns instantes e fui em direção à fina, comprida e jovem árvore, a qual seria quebrada rente ao chão e transportada até a cabana, onde, com o auxílio da “faca”, apontada numa das extremidades para que pudesse fisgar peixes. Luciana por sua vez não desistia, parecia obstinada em me seduzir e fazer comigo o que não conseguira mais cedo. Talvez estivesse excitada. Embora essa possibilidade não me tenha passado pela cabeça em nenhum momento, hoje não vejo outra explicação para tanta insistência. Dizem que existem mulheres piores que homens, cujo fogo entre as pernas é uma chama constante, incapaz de ser apagada.
-- Só de me ver assim ele não cresce? -- perguntou.
-- As vezes – respondi. Embora muitas mulheres podem até pensar que a nudez feminina é suficiente para excitar um homem, isso nem sempre é verdade. Muitos homens, principalmente mais jovens, realmente não precisam de muito. Um par de seios a mostra, uma roupa sensual já é o bastante. No entanto, é preciso uma pré-disposição para isso. Qualquer coisa capaz de impedir a fixação na fonte de excitamento impede que as imagens sejam processadas pelo cérebro e os mecanismos que provocam o excitamento disparados. No meu caso, o que impedia era o medo, o medo de penetrar naquela mata e deparar com não sei o que. Por mais que tentassem me convencer de que ali não havia nada, por mais que houvéssemos penetrado naquela floresta dois dias atrás a procura de algo e nada encontrado, ainda sim mantinha a convicção de haver algo horripilante a espreita, pronto para nos arrebatar. E não seria Luciana, Marcela ou todas elas juntas quem me excitariam naquele lugar com a sua nudez. Poderiam insistir o quanto quisessem., todas as tentativas seriam em vão.
-- O que tenho que fazer para ele crescer?
-- Nada.
-- Como nada? Ele não cresce sozinho, que eu sei – tornou ela, pegando-me no pequenino e encolhido falo, tão encolhido quanto um animal amedrontado. -- Se mexer com ele assim, ele não cresce?
-- Não. Para! Não quero – pedi, empurrando-lhe a mão.
-- Por que você não quer? Você não gosta de fazer comigo?
-- Não é isso.
-- É o que então? -- indagou ela com irritação.
-- É que estou com medo. Sei que tem alguma coisa aqui dentro dessa floresta. Sinto que estamos sendo observados.
-- Você de novo com essa história. Estou começando a achar que você está usando isso como desculpa para não transar comigo. É isso?
-- Não. Não é.
-- Não mesmo! -- insistiu.
-- Já falei que não.
-- Então se o problema é esse, apanha logo essa vara e vamos sair daqui. Lá na arei você não terá do que ter medo.
Obedeci. Enquanto tentava arrancar a arvorezinha, pois tombara-a de um lado para outro sem sucesso, pensava numa forma de escapar quando retornássemos à faixa de areia. Correr não daria certo. Só faria aumentar sua raiva e mais cedo ou mais tarde me pegaria as sós e então estaria em suas mãos. Minha única chance -- embora pequenina -- era deparar com uma das meninas. Como aquela trilha não era muito distante da cabana, talvez Ana Paula ou Marcela tivesse saído para uma caminhada. E se encontrássemos com uma delas, Luciana não poderia me culpar.
Depois de muito insistir e com a ajuda de Luciana conseguimos arrancar a tal vara. Quebramos os galhos ali mesmo e tomamos a trilha de volta.
No caminho, ainda lhe perguntei:
-- Não vai cobrir os peitos?
-- Não. Para que?, se embaixo não tem nada tampando? Fica até esquisito. Agora vou ficar é assim feito Eva. Não era assim, meu Adão, no paraíso? Não é isso que está escrito naquelas histórias idiotas da bíblia?



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NÃO DEIXE DE SER CRIANÇA – Será publicado num livro didático pela Editora do Brasil de São Paulo.
SER ADOLESCENTE É(1)... - Foi usado num video produzido pela ONG Instituto Mamulengo Social de São José dos Campos - SP que trabalha com adolescentes.
É POR ISSO QUE TE AMO – Parte de texto foi usada numa campanha publicitária em Belo Horizonte.
O DIÁRIO DE ANA CARLA – Como o próprio título diz, é a versão da personagem Ana Carla da história A MENINA DO ÔNIBUS. Recebi um convite da Editora Soler de Belo Horizonte para publicá-lo em livro. A obra completa já está quase pronta. Aliás, estes dois textos me renderam até agora mais de 100 emails elogiosos.
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ELA É MINHA VIDA – Gravada por "POLEIRO" em Portugal.
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