As amoras acabaram-se.
Antes, porém, deixaram-me
a cicatriz no canto do olho esquerdo.
Por pouco não o tive perfurado
pelo egoísmo do arame farpado,
que ferozmente me impedia
das delícias fazedoras
de língua e lábios roxos.
Sem demora,
ainda que a soubesse gostada,
a doce frutinha
induzia-me à pergunta:
- Você gosta de amora?
A resposta era sempre afirmativa.
Aí então eu desferia
a sentença inimiga:
- Vou contar ao seu pai
que você namora!