NUMA CACHOEIRA
Deitado ao teu lado, sobre a rocha,
No silêncio daquele lugar distante,
Eu me ponho a pensar na gente
Ali nus, minha adorável cabrocha!
Haveria muito que falar e maldizer
Aquele povinho caso viessem saber
Jovenzinha, filha caçula da lavadeira,
Entrega-se ao patrão na cachoeira!
Que se dane todo mundo! Pois eu sei
Que não é minha culpa, se tua beleza,
Se teus lábios, que iguais nunca beijei,
Se teus seios são minha fraqueza...
Sei que igual a ti, que me faz perder
A compostura, outra não vou ter!
Ah, menina! Você nem pode sonhar
O prazer que sinto contigo ao transar!
Tenho medo, deitado ao teu lado,
Depois de em ti um pouco de mim
Ter deixado, descobrir enfim
Que tudo era só um sonho sonhado!
Que os nossos momentos de prazer
Sejam tão duráveis quanto este lugar.;
Que ultrapasse tua juventude, teu ser.;
Que dure enquanto eu puder te amar...
|