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Contos-->QUANDO O AMOR NÃO ACABA -capítulo XVII -- 10/02/2006 - 15:19 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUANDO O AMOR NÃO ACABA - capítulo XVII

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Ah, querido leitor! Relutei bastante antes de decidi narrar os fatos a seguir. Pensei muito, muito mesmo! Por diversas vezes, pensei em não contá-los e fazer de conta que nada disso tinha acontecido, que tudo não passava de um terrível pesadelo. No entanto, a verdade é que nada disso foi um sonho; pelo contrário, a mais pura verdade. Aliás, como eu poderia ocultar algo assim tão relevante em minha vida? Como esconder um episódio cujas conseqüências, se não tão grave para outros, mas para mim foram, de certa forma contribuíram consideravelmente para eu me tornar o que tornei? Não, não. Não havia como ocultar uma coisa dessas. Ainda mais que, quando a solidão envolve minha alma como uma áurea negra, na mais das vezes é nesse aconte-cimento que remeto as lembranças. Então eu penso que tudo poderia ter sido diferente se não tivesse me deixado levar pelas minhas fraquezas.
Engraçado como é o destino. De quando em quando eu penso, mesmo não acreditando, que nada acontece por acaso. Chego a achar que há uma mão invisível movendo cada peça desse quebra cabeça chamado mundo. Porque não é possível que coisas desse tipo tinham que aconte-cer justamente comigo! Quantas e quantas vezes nesses últimos quase trinta anos eu me inquiri: Por que Fabiana tinha que ficar grávida? Por que minha semente tinha que germinar? Se eu era um ser incompleto, pois eu me considero assim, alguém incapaz de construir uma família e sus-tentar um lar, por que não nasci infecundo? Pessoas assim como eu deveriam nascer infecundos para não enfraquecer a espécie. Se o destino de toda espécie é evoluir indefinidamente, a nature-za, ao detectar falhas em alguns exemplares, deveria impedir que disseminasse essas falhas. Mas não, fui nascer fecundo, capaz de transmitir aos meus filhos aquela inércia, aquela impotência diante dos desafios. Aliás, falo isso sem provas. Talvez eu esteja sendo trágico demais. Talvez a coisa não seja bem assim. Não tenho como provar e nem posso afirmar que meus filhos seriam tão inúteis quanto eu. Entretanto, não creio que crescessem pessoas normais, uma vez que o meio influencia na formação do caráter de uma criança. E que exemplo eu poderia lhes dar? No fundo eu seria uma vergonha. Eis é a verdade!
Bem. Deixemos essas especulações de lado.
Ah! Só então compreendi aquele silêncio, aquele esforço quase sobre-humano para de-monstrar indiferença e fazer de conta que eu não estava ali. Era tudo fingimento. Na realidade, ela não parava de pensar em mim um único segundo; pois algo de mim crescia dentro dela, ga-nhando forma e aparência. Talvez ela até temesse que esse fruto tão ruim quanto eu.
Tento lembrar de seus olhos naqueles dias, mas só vejo a tristeza. Sim. É verdade! Ela parecia entristecida naqueles dias. Lembro bem disso. Cheguei até a pensar que fosse por causa de nosso rompimento, aliás do rompimento dela comigo. Agora me lembro: teve um dia, acho que uma terça-feira, em que ao vê-la sofrendo, cheguei a ter pena dela. Mas depois senti um cer-to contentamento, pois pensava equivocadamente que ela sofria por amor. E ao ter essa impres-são, senti um quê de júbilo, como se isso me fizesse mais importante e especial. Ó! Como pode-ria saber que não era por nada disso?
A minha vida foi do céu ao inferno. Isso se passou três dias depois de sua saída da em-presa. Quando ela me ligou e disse que precisava falar comigo, achei que se arrependera e queria reatar o nosso relacionamento. Não que estivesse com saudades dela, a questão não era essa; Não obstante tencionava possuí-la ainda algumas vezes. Enquanto o prazer fosse intenso o bas-tante para não torná-la repulsiva, continuaria a lhe sugar a jovialidade até se tornar murcha, como uma fruta que amadureceu demais.
Lembro-me de me arrumar para o nosso encontro, como se arrumasse para uma festa. Queria impressioná-la de forma a mantê-la sob o meu poder. Achava que assim ela não teria como dizer não. “Ah! Mas quando ela me ver assim, vai vir correndo para os meus braços e dizer que me ama e que está arrependida de ter pedido as contas”, pensei comigo mesmo, ao ir ao seu encontro. “Vou dizer que também estava com saudades dela... Ela vai acreditar... As mulheres sempre acreditam nessas coisas. São ingênuas demais. Ela então?! Coitadinha... Se disser que a amo e no mesmo instante pedir pra chupar o meu pau, ela vai cair de joelhos, abrir minha calça e fazer isso com o maior prazer. Esse é o lado bom dessas mulherzinhas vulgares: não têm escrú-pulos. Tudo que pedirmos com um pouco de carinho, elas concedem. Aposto que se chegasse para ela e dissesse que trouxe um amigo, e que nós dois vamos fodê-la ao mesmo tempo, por amor ela faria isso também... Ah, o que ela não faria?...”, continuei a pensar enquanto não chega-va ao escritório.
Fabiana aguardava-me do lado de fora.
Estava bem vestida, como se quisesse me impressionar. Eu já conhecia aquele vestido azul com listras brancas e sabia que era a melhor roupa que dispunha. Isso só fez crescer minha expectativa. Eu tinha certeza de um reatamento. Aliás, um discreto sorriso me deu ainda mais certeza. Como eu poderia adivinhar qual eram suas intenções? Parecia tudo tão claro e evidente.
Ah, mas eu estava enganado.
Abri a porta e convidei-a para entrar. Ela entrou de forma receosa, como se temesse al-guma coisa. Foi o que pude perceber. Tranquei a porta com um ar de satisfação e me aproximei com a intenção de tomá-la nos braços. Ela recuou:
-- Pare! – Estendeu o braço e impediu-me de aproximar. – Não foi para isso que vim a-qui.
Fiquei mudo, sem reação. Minhas faces enrubesceram, como se eu cometera um grave engano.
-- Preciso conversar com você – disse pouco depois. – É coisa séria.
Foi então que me dei conta de que havia algo de muito grave. Na hora, não atinei uma gravidez, todavia cheguei a pensar inclusive que ela fora me arrancar dinheiro para não me acusar de assédio sexual. E ao pensar nessa possibilidade, um quê de irritação tomou conta de mim, talvez antevendo aborrecimentos.
Dei volta na mesa, puxei uma cadeira e sentei. Ela sentou do outro lado. Ficamos frente a frente, tal qual se faz atendendo a um cliente ou fornecedor.
-- O que foi? – inquiri com rispidez, demonstrando insatisfação.
Ela me olhou bem nos olhos. Dir-se-ia querer adivinhar neles a minha reação.
-- Estou grávida – contou, abaixando a cabeça, talvez com medo de minha reação.
Levei um choque. Foi como se o mundo desabasse sobre minha cabeça. Pensei nos meus pais, na minha namorada e até em Diana. “Meu Deus! Dessa vez me ferrei pra valer...”, pensei comigo mesmo, “E agora o que vou fazer? Se meus pais souberem vão me matar. Meu pai vai falar pro resto da vida. E minha mãe, então? Coitada. Vai ficar desolada. O filho já pai nessa ida-de? Ainda por cima com um a desclassificada qualquer? Minha mãe vai odiá-la para o resto da vida. Vai jogar na cara dela o tempo inteiro que só ficou grávida para arrancar dinheiro do filho. To até vendo. E agora o que dizer? Preciso falar alguma coisa. Também não adianta ela fazer essa cara de virgem arrependida. Já está grávida mesmo! Mas o que vou dizer? Vai! Pensa em alguma coisa? Que porra de homem é você? Não soube comer a menina? Não queria tirar o ca-bacinho dela? Ta aí, ó... Bem feito! Ah, que merda! Por que não usei camisinha? E o que vou fazer agora? Preciso dizer alguma coisa. Pior que nem sei o que dizer...” Enquanto tentava me recuperar do baque, meu cérebro fervilhava; e um silêncio terrível tornava aquela sala mais som-bria e vazia. Eu não conseguia encontrar nada para dizer. Só me prendia em tudo de ruim que me aconteceria dali para frente. “Coitada da Luciana! Não vai querer nunca mais olhar na minha cara. Na hora em que ela souber, vai me mandar embora. E o pior é que ela me ama bastante. Sabe que não sou lá essas coisas, mas parece me amar justamente por causa disso. E o que vai ser da gente? Já estou até vendo seus olhos vermelhos de tanto chorar. Vai querer saber porque fui fazer isso com ela. Ainda mais que já andava meio desconfiada. Agora vai ter a certeza. Ah, vai ficar arrasada! Ah, nem a Diana vou ter mais. Minha Diana! Acabaram-se as chances da gente ficar juntos, meu amor! Você também não vai me perdoar, eu sei. Merda! Mas o que vou dizer agora? Por que não consigo pensar em alguma coisa? Por que também ela não diz nada? Dá até vontade de sumir com ela, de fazer ela desaparecer. Ah, mas preciso ser carinhoso com ela agora. Tenho que ser solidário. A merda é que não faço a menor idéia do que dizer...”, continuei a pen-sar enquanto o silêncio ditava as regras. Mas aí Fabiana ergueu os olhos, como se quisesse apres-sar minha resposta. Estavam cheio de lágrimas, expressando toda a dor naquele peito ainda des-preparado para tamanha responsabilidade.
Não era só para ela que aquela responsabilidade era grande demais. Eu também não tinha condições de assumi-la, essa é a verdade. Ela porque ainda era uma menina e ainda por cima sem condições financeiras; e eu porque não sabia caminhar com as próprias pernas, não era capaz nem de manter meu próprio quarto organizado, quanto mais comandar um lar. Aliás, nunca seria capaz disso.
Sem saber o que lhe responder, devolvi-lhe a pergunta:
-- E agora? O que vamos fazer?
Ela parecia ter vindo com a decisão tomada, pois respondeu num átimo:
-- Eu não quero esse filho... Sou muito nova. Além do mais não tenho condições de ter ele. E também não quero que fiquem dizendo que me engravidei para dar o golpe do baú.
Senti um quê de alívio. Então ela já havia pensado numa solução? E ao aperceber que ela não era o tipo de garota que fazia juízo, fui tomado por uma sensação deleitosa de ternura Ah, como puder pensar tão mal dela? “Como não me dei conta de que Fabiana era uma garota de-cente? Ah, como fui injusto com ela. Me arrependo profundamente de tê-la usado da forma co-mo a usei...”, pensei.
-- Não fique assim! – pedi, alisando carinhosamente a mão em sua face. Ela entretanto não dispensou minhas caricias. – A gente vai dar um jeito.
Ela soltou um sorriso, como se também sentisse enternecida com tudo aquilo.
-- Sabe. Eu pedi as contas porque fiquei com medo e não sabia o que fazer – revelou-me ela, agora acariciando-me também o rosto.
-- Mas não precisava ter feito isso.
-- Eu sei. É que pensei que você fosse ficar com raiva de mim. E eu não ia suportar ficar ao teu lado sabendo que você estava me odiando.
Levantei e dei a volta, parando diante dela.
-- Não, meu amor, eu jamais faria uma coisa dessas. – Não posso afirmar que realmente não fosse fazer. Talvez surgisse algum tipo de aversão, até porque sua gravidez destruiria minha vida; mas não acredito que a culparia por tudo. Aliás, a culpa maior era minha. Fui eu quem a seduzi, fui eu quem não me preveni. Mas sabem como são os homens: sabem disso e no entanto preferem jogar toda a responsabilidade para a mulher. E quem me garante que na hora também não faria isso? Ainda mais sendo o tipo de homem que eu sou. Não é porque finalmente estou criando coragem e revelando isso agora, depois de tantos anos, que não seria capaz de uma coisa dessas. Não seria mais cômodo falar que a culpa era dela? Pois eu acho que era isso que faria.
-- Sabe. Eu faço qualquer coisa para não ter esse filho. Eu não quero te perder... – decla-rou ela, como se deixasse bem claro que eu lhe era mais importante que o próprio filho em sua barriga.
Fiquei tão comovido com aquelas revelações, que peguei em seus braços, levantei-a e nos beijamos num longo beijo, como se tudo tivesse voltado ao que era antes. Enquanto a beijava, apertei-a fortemente, o que me causou um certo excitamento, embora ainda não me recuperasse de todo do choque. Mas não posso deixar de registrar o efeito tranqüilizador de suas palavras acerca de não desejar o filho. Se ela não queria não seria eu quem ia querer.
-- Seu eu tiver esse filho, vou te perder – declarou ela. – Não quero viver sem você... Vo-cê é o homem da minha vida. Por isso faço qualquer sacrifico para ficar contigo – continuou ela com suas revelações.
-- Eu sei, meu amor – menti.
Ah, se ela soubesse as conseqüências de suas palavras, não teria feito tais declarações. E elas não me passaram em branco. Por algum momento, esqueci-me que naquele ventre crescia um fruto indesejado; então vi a possibilidade de um momento de prazer. Era como se fizesse pouco caso de sua gravidez. Dir-se-ia tratar de um problema qualquer de fácil solução, embora uma vida estivesse em jogo. De forma que o desejo começou a tomar conta de mim. E os pen-samentos voltaram a fluir da mesma forma como fluíam antes que ela revelasse sua gravidez. “Eu poderia empurrar essas coisas da mesa pro chão, arrancar a roupa dela e possuí-la aqui mesmo... Puta merda! Tô com uma vontade louca de agarrar esses peitos e chupar até não poder mais...”. Pensei em muitas outras coisas naquele curto espaço de tempo.
Quando eu me lembro do que aconteceu, querido leitor, chego a conclusão de que tudo que aqui se faz, aqui se paga. Quantas e quantas vezes, quando me sentia o pior homem do mundo, lembrei-me desse episódio. Fico imaginando como nós seres humanos somos escrupu-losos. Como brincamos com os sentimentos dos outros!? Eu nunca poderia dar a Fabiana o que ela queria: um marido. Será que ela mesma não se dava conta disso? Será que ela não percebia que eu só queria me divertir com ela? Ah, não é possível tamanha ingenuidade! Ou seria o amor quem a cegara?
-- Eu vou tirar – disse ela pouco depois.
-- Tirar?
-- É. Tenho uma prima que conhece uma mulher que faz aborto – explicou em tom na-tural, sem afetação. – Vou nela quarta-feira para ela dar uma olhada e marcar o dia.
Fiquei com receio. Não queria que nada de ruim lhe acontecesse. Além do mais, se algo desse errado, isso poderia me trazer complicações.
-- Mas não é perigoso? – quis saber, já que não entendia nada do assunto.
-- Não, não é não. Além disso, só vou precisar ficar de repouso por algumas horas – in-formou-me ela, pendurada em meu pescoço.
-- Quanto é que tem que pagar? – perguntei. Pelo menos com as despesas eu teria que arcar. Aliás, desembolsaria o quanto fosse necessário para não ter um filho.
-- Oitenta mil cruzeiros. -- Até isso ela já havia se informado. Não era uma quantia gran-de. Esperava bem mais.
-- Até que não é tanto assim. Vou dar um jeito de arrumar esse dinheiro para você.
Num primeiro momento ela não quis aceitar, embora fosse-lhe quase impossível arrumar esse dinheiro sozinha, não obstante, foi só eu insistir para não haver recusa por parte dela. Aliás, acho que aquela recusa foi tão somente um jogo de encenação, uma forma de não se parecer interesseira.
Assim ficou acertado que eu arrumaria o dinheiro um dia antes. Ela viria ao escritório no final do expediente e então eu lhe entregaria a quantia necessária.
O nosso encontro poderia ter encerrado ali. Mas havia uma vontade tanto de minha par-te quando da dela para que tudo voltasse como antes. A cada minuto a mais com ela naquela sala fazia com que meus desejos se tornassem perigosamente incontroláveis. Ela por sua vez não arredava o pé. Parecia se oferecer como uma mulher de vida fácil. Nem mesmo aquele filho na barriga mudara sua opinião; pelo contrário, tornava-a mais submissa, vulnerável e dependente de mim. Agia feito uma mulher grávida diante do marido e pai da criança: com total submissão, como se não pudesse mais viver sem ele. Na hora, isso não me preocupou; pelo contrário, deu-me ânimo para continuar fazendo dela o que bem entendesse. Eu sentia que, naquele estado, ela se sujeitaria a qualquer coisa.
Não tive escrúpulos em lhe desabotoar o vestido, enfiar a mão por dentro do sutiã e ar-rancar-lhe os seios. Também não tive escrúpulos, em dizer-lhe que a amava somente para que ela não tivesse coragem de impedir-me de empurrar sua calcinha pernas abaixo e metesse a mão no meio de sua vulva úmida. Não, não tive escrúpulos nem para fazer isso, nem para ir até o fim. Ela por sua vez não teve forças para dizer não em nenhum momento. Tudo que eu quis lhe fazer eu fiz. E só parei quando meu corpo fatigado não a quis mais. O desejo se extinguira e eu só queria ir para casa, tomar um bom banho para tirar o cheiro daquela garota, pois ainda tinha que me encontrar com Luciana. Era nela que eu pensava enquanto permanecia deitado no chão, ao lado do corpo nu de Fabiana.
Ela ainda quis me reter por alguns momentos. Mas eu não tinha mais nada a fazer com ela. De forma que nos despedimos com a promessa de nos encontrarmos na terça-feira. E ao se despedir, declarou-me seu amor, tal qual uma adolescente apaixonada, que acha que com isso conquistará de vez o coração de seu príncipe. Correspondi mecanicamente às suas carícias e aos seus beijos. E então retornei.
Não posso negar o estado de afetação em que fiquei naquele e nos próximos dias. Isso não passou em branco aos olhos de Luciana. Naquele dia mesmo, à noite, ela me pressionou querendo saber se não andava saindo com outra mulher. Neguei com firmeza. Percebi que ela não se convencera, mas não dei muita importância. Se ela não tinha me pego até agora, não seria depois que Fabiana saíra da empresa que ia nos pegar. No entanto, para não aumentar suas sus-peitas, acabei fazendo amor com ela naquela mesma noite. Não estava com vontade, mas tive que fazer um certo esforço para me excitar. Ainda bem que Luciana não era tão observadora assim, caso contrário teria percebido tanto a minha falta de apetite sexual quanto uma indiferen-ça, como se estivesse distante e preocupado com alguma coisa; porém, se notou não fez comen-tários.
Apesar do cansaço físico, devido às várias copulações, custei a dormir naquela noite. Es-tava preocupado com Fabiana. E se alguma coisa desse errado naquele aborto? Há poucos dias, inclusive, foi noticiado o caso duma jovem que viera a falecer após dar entrada no hospital com o útero perfurado num aborto malsucedido. O incidente teve grande repercussão por se tratar de uma jovem de quinze anos de classe média. E eu fui dormir com a imagem dessa jovem na cabe-ça. Aliás, enquanto remoia esses pensamentos, cheguei até a cogitar a possibilidade de falar para Fabiana não fazer o aborto e ter esse filho. Mas depois mudei de idéia. Não valia a penar estragar minha vida por tão pouca coisa. Pelo menos era assim que pensava naquela época.

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