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Poesias-->NA BEIRADA DA QUEDA DOS DEUSES -- 23/03/2007 - 11:07 (João Ferreira) |
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NA BEIRADA DA QUEDA DOS DEUSES
Jan Muá
13 de março de 2007
Mítica entre pedras e troncos
A água jorra
Louca
Espumando alegre
Em quedas sucessivas e lúcidas
Revolvendo-se no fundo
Corre
E anima-se em movimento de ondas revoltas
Sem ninguém do círculo dos deuses
Por ali
Uma divina força autônoma e alegre
Brotada das nascentes da serra
A faz percorrer caminhos e distâncias
A companhia das pedras com que se diverte
E o verde das gramíneas e das árvores
Levantam-lhe o ânimo
Através do circuito das rochas vulcânicas
Escurecidas e ferrosas
Refrescante e andante
Segue em seu caminho dançante
A compor a música da queda
Travestindo-se na brancura da espuma
Não parará jamais
Em ritmo alucinante ou pacífico
Caminhará em circuitos andantes
Animando o espetáculo
Em novos precipícios
E figurações!
Forma agora uma estação maior
Uma cachoeira
Que tem a sina olímpica
De queda dos deuses
De Júpiter e de todos os demais
De Vênus também
É um poço sedutor onde as deusas
Se vestem de ninfas ornamentais
Cercando as pedras.
Nele, por artes mágicas,
A água segue e circula alegre
Em bailados e ritmos vivos
E depois continua viagem, por entre alcantis
Dominando toda a fenda que cavou na montanha
Refrescando o leito por onde passa
Palmilhadas todas as distâncias
Por entre íngremes encostas e trilhas agrestes
Cercada de matas e florestas
Pisando pirites e juntando águas ciganas
Vai até ao oceano festejar o encontro
Com a energia que herdou
No contato com a misteriosa queda dos deuses!
Jan Muá
13 de março de 2007
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