Quando empreendemos nossas habilidades na arte de escrever acabamos iniciando uma busca pelas palavras e frases perfeitas que consigam dizer tudo aquilo que queremos,buscamos uma palavra perfeita que diga muito mais que seus significados,que sintetize no menor espaço possível uma idéia e que traduza nosso pensamento.
Felizes são os pintores e escultores que conseguem com uma única imagem dizer tudo que querem ou que sentem, uma imagem vale mais do que mil palavras porque ela contêm vários sentidos e sensações que nos provocam.
Quem escreve cria fantasias e ilusões, transforma a imaginação em algo real e plausível, quem escreve tenta criar significados muito alem das palavras,nas entrelinhas e nos intervalos da frases que é quando as pessoas refletem.
É muito bom ler textos que nos edificam e que nos dão forças para enfrentar o dia-dia, palavras doces muitas vezes são um remédio para nossas frustrações e tristezas, carinhos também são feitos através de palavras.
Mas também existe o feio e o perturbador que nos chocam, balançam nossos valores e nos fazem tremer as bases, isso pode nos ajudar a ajustar rotas e a mirar novos destinos, estão aí Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca que não me deixam mentir e que através de seus textos permeados de violência e adjacentes tingem com um pouco de vermelho nossas leituras e tem também João Cabral de melo neto nas poesias que no lugar de flores coloca pedras.
Na busca pela palavra perfeita acabamos tornando algumas dessas palavras mais belas (como dizia Drummond) e outras esquecidas, na busca pela palavra definitiva e pela frase inesquecível acabamos escrevendo muitas páginas de nossas vidas e preenchendo vazios que julgávamos não existir.
Aos poucos o entusiasmo da busca vai sendo substituído pelo prazer do encontro de novas descobertas, quando menos esperamos descobrimos que o que mais nos atrai é o eterno e o sem fim.
