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Poesias-->A VAGA -- 09/11/2007 - 12:15 (João Ferreira) |
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A VAGA
Jan Muá
8 de novembro de 2007
Pensei nela
Pensei na vaga
Reservei a vaga
E de tempos a tempos
Consultava o relógio
Vigiando o espaço com carinho
Era uma vaga especial
Localizada
Selecionada
Como se fosse uma flor
De um jardim
A vaga sentiu-se prestigiada
Delirou
Quando lhe disse que era especial
Ela lembrou
Que nunca tinha sido distinguida
Assim
Com tanta atenção!
Por isso a vaga sentiu
Se emocionou
Porque sabia
Que eu lhe havia dado um sinal
A vaga não gosta de violência
Nem de rudeza
Nem de sofreguidão
A vaga é espaço distinto
Preza sua identidade
Nunca gostou de ser pisada
Nem maltratada
Nem violentada
Guardaria por isso seu coração
E já sabia que o carro
Que a ocuparia
Era um carro diferente
Um carro
Que sabe entrar com delicadeza
Que sabe tratar o chão como gente
E ao sentir-se dentro
Sabe ser hóspede sensível
Capaz de respeitar a identidade dos outros
Por isso a vaga gostou disso
Se emocionou
E ao fim do tempo
Relatou
Que na sua jovem biografia
Nunca havia sido tratada assim
Com aquele requinte de nobreza
Próprio de quem sabe.
Jan Muá
8 de novembro de 2007
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