Lacrimis
Lágrimas que vi rolar num seio nú,
Purificando a alma da donzela,
Donde soluços brotam do cântaro imaculado,
Como garças brancas ao entardecer,
Rumo ao horizonte vermelho da imensidão.
Lágrimas ocultas,
Engolidas ainda quentes,
Transformadas em armadilhas,
Como teias de aranhas,
Invisíveis com suas cores mortais.
Lágrimas na partida para o desconhecido,
Esperando o trem que se aproxima da estação,
Desaguando como bica no adeus do parti,
Sabendo que jamais retornará.
Lágrimas no escuro do quarto,
Encharcando o travesseiro confidente,
Maculado por noites outras,
Donde aflora a saudade dum amor perdido.
Lágrimas de contentamento, alegria sem fim,
Misto de prazer e ardor, leito... calor...,
Desejos, sonho de menina-mulher,
A menina pedia, a mulher sentia....!!!
Ricardo Marques
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