Cleidson era artista de rua.Passava mais de 8 horas por dia tocando a sua flauta doce, com o boné ao chão, onde recolhia algumas moedinhas jogadas por pedestres penalizados.
Mal conseguia o suficiente para o seu sustento.
Sabia que não podia ficar doente, do contrário, não teria como trabalhar, ganhar dinheiro e sobreviver.
Cleidson tocava e não era notado.
Às 10 horas de uma quinta-feira, Cleidson foi à praça da alimentação de um centro comercial. Comeu e bebeu do bom e do melhor, distraiu os seguranças e jogou-se de uma altura de 20 metros.
Seu corpo permaneceu exposto por cerca de 4 horas para investigação policial e perícia.
Foi o que bastou para o público reunir-se ao seu redor, tirando fotos com câmeras digitais e tecendo comentários sobre sua atividade como artista de rua.
Não faltaram repórteres dos principais jornais e televisões da cidade.
No dia seguinte, foi manchete em todos os meios de comunicação.
As fotos do seu corpo percorreram o país e o mundo via internet.
Naquela quinta-feira, a última de sua vida, atingiu o ápice de sua carreira.
Finalmente, tivera o reconhecimento público.