Nair , a Eterna Flor Amarela
Em 1989 , eu morava numa cidadezinha do interior do Paraná . Lá eu era uma aluna aplicada , porém o que mais me incomodava era a minha aparência , pois eu era gorda e desajeitada .
Na minha turma , havia uma menina , que todos achavam perfeita , o nome dela era Nair . Ela tinha : cabelos loiros , olhos azuis e um corpo de colibri .
Um certo dia , ela fez uma redação maravilhosa , o tema era : escreva sobre uma criatura que você gostaria de ser . Então , o pedaço da redação dela , que mais me chamou atenção foi este :
" Uma Rosa Amarela
Eu gostaria de ser uma rosa amarela no meio da praça , para alegrar quem passa , com o meu perfume , a minha delicadeza e a minha simplicidade ... "
Isto parecia ser um lugar - comum qualquer , mais no fundo não era .
O tempo passou , eu fui para Curitiba . Mas , no ano de 2004 , eu estava passando pela Praça Tiradentes e reconheci Nair : os mesmos cabelos , os mesmos olhos e o mesmo corpo .
Aqui , eu poderia usar o mesmo recurso que os outros escritores usam : dizer que Nair envelheceu e não é a mesma rosa do passado , porque a beleza de qualquer flor é efêmera .
Mas , eu não sou hipócrita !!
Afinal , eu vi que Nair não envelheceu . Por isto , eu gostaria de acabar este texto com um outro lugar - comum : quem um dia foi rainha não perde a majestade e quem não é invejoso nunca conseguirá ser hipócrita .
Luciana do Rocio Mallon .
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