Fera ferida
Ultrajei os céus, , ofendi a Deus
ofendi a mim. Mergulhei o coração,
a alma e o corpo em pântanos de
raiva, ódio e amargura.
Fendas profundas, já quase cicatrizadas
foram ali escancaradas e golpeadas.
Fera ferida a machucar sem medida
a frágil criatura, a inocência perdida.
Fera faminta devorando a presa,
degustando o banquete, saciando
a fome do corpo e da alma.
Fera ferida, no mais profundo do ser
recolhida, volta a incendiar, e com fúria
mortal aumenta o mal que pode causar.
Lita Moniz
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