Os casos de violência e injustiça se multiplicam pelo mundo, não é de hoje que crimes odiosos contra a pessoa humana são cometidos e diante disso eu penso que só o amor pode nos salvar de um mundo cruel e desumano.
O caso da garota que passou nove anos seqüestrada sacudiu minha cabeça, me deixou atordoado e o mais incrível é que aconteceu num país como o Japão, considerado um dos países mais civilizados do mundo, quem já esteve por lá diz que são um modelo para muitas coisas e realmente são, mas pessoas sem coração existem em qualquer lugar.
Toda essa civilização não foi capaz de impedir que um crime odioso como um seqüestro acontecesse e por um tempo tão longo, é inimaginável a dor que essa garota sentiu, que bom que ela está viva, só Deus sabe o que se passa na sua cabeça.
O caso veio à tona em 2000 e certamente um dia vai virar filme, seqüestrada por um homem chamado Nobuyuki Sato quando tinha 9 anos em Niigata, a noroeste de Tóquio, Fusako Sano, foi mantida em cativeiro no quarto de seu algoz durante mais de nove anos, Fusako era uma estudante da quarta série quando foi capturada na rua. Ela foi vista pela última vez durante um jogo de beisebol na escola. Nos nove anos seguintes, disse Fusako, ela nunca se arriscou a descer do segundo andar da casa de seu raptor, porque tinha muito medo.
Ela foi encontrada depois que a polícia atendeu a um chamado sobre um homem que estava causando distúrbios em um hospital. Fusako, que estava com Sato no hospital, aproximou-se dos policiais e identificou-se. Fico imaginando essa cena, o que esse garota passou, a coragem e o medo naquele momento.
Depois de encontrada, Fusako teve de ser hospitalizada porque estava estressada e tinha muitos pesadelos.
A polícia também está interrogando a mãe de Sato, de 73 anos, que morava na mesma casa. Segundo a imprensa local, a mãe não sabia que o filho mantinha Fusako trancada no andar superior da casa, pois ele era muito violento e não deixava que ela fosse lá.
Durante o período de cativeiro, Sato cortou o cabelo de Fusako, trocou suas roupas e ocasionalmente deu-lhe banhos. Segundo Fusako, Sato lhe teria dito que a abandonaria nas montanhas se não fizesse o que ele estava mandando.
A polícia encontrou no quarto de Sato o uniforme que a garota estava usando no dia em que foi seqüestrada. Fusako será devolvida à família e deverá receber tratamento psicológico por causa do trauma do cativeiro.
Esse caso surpreendeu os japoneses pela crueldade do crime e depois pela sentença. Catorze anos. Essa foi à condenação do rapaz – hoje um senhor de 39 anos - que por sinal considerou-a severa demais e recorreu da sentença. Esse caso de seqüestro é inédito no Japão pelo longo tempo de duração, e por isso mesmo deixou os juízes sem referencial para decidir a pena. Muito ou pouco?
Aos pais da garota, que hoje administram as seqüelas deixadas na filha por aqueles nove anos em solitária, não existe uma pena justa.
Sob os olhos do pai que perde o filho ou o tem arrancado de si, a pena para o homicida ou seqüestrador tem de ser a capital. Para quem pensa como um cristão, para tudo se aplica o perdão. Pela lei, cada crime tem sua sentença. Com tantos pontos de vista para se punir um crime, difícil saber qual é a pena do bom senso.
Como podemos ver não é só a justiça brasileira que é incompetente ou incapaz de ser justa, a justiça dos homens nunca será suficientemente competente para punir pessoas que perderam o senso da vida, o mundo precisa de amor.
