Águias voadoras
Ó linda e solitária águia
que tão alto voas,
não me permitas morrer
assim tão baixo
assim à-toa
como se asas eu não as tivesse,
como se viver nunca eu quisesse.
Dá-me, ó águia fidalga,
o que te sobras,
o que me falta
e hei de ver-te sobre os montes
onde apenas os santos voam e se escondem
e as orações levam saudades
e meu desejo voa alto
onde o sol não deixa a sombra
nem a vontade se engana
e a alma se auto-retrata
entre felizes sonhos
e eternas gargalhadas...
Ó linda águia,
bela, santa e mansa...
dá-me um vôo, faz-me outra águia...
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