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Poesias-->CAIS. -- 01/09/2008 - 19:46 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420488575990800




C A I S.



Ana Zélia.



O que és? Ancoradouro de tantas coisas.

Navios, desde os pequenos aos de grande porte.

Ancoradouro de ilusões.

Vejo que nos espaços disponíveis em tua muralha, há sempre

Um ou dois pilares para as atracações.

Quando se trata de seres humanos como são teus pilares?

Será que possuís algum reservado, escondidinho para protegê-los.

Ou os deixa a ver navios?



Em todos os portos ficas frontal á cidade.

És mais privilegiado e prestigiado que os aeroportos.

Sabes o por quê?

Torná-te a entrada principal dos que aqui chegam ou saem.

Durante a semana, homens, carros de toda a espécie,

guindastes, num vai e vem sem fim te dão vida.

Fazem-te mover o progresso.



À noite, o silêncio. Apenas algumas “mariposas”

te freqüentam em busca de alimentos, dinheiro, amor, vida...

Algumas se embriagam junto aqueles que por horas, dias, fazem

parada como rotina em teus pilares.

São homens solitários, muitas vezes infelizes, no qual a morada

é o navio e longe de suas pátrias, famílias, dividem com elas

suas solidões.



O tempo passa, as horas voam e eles se vão e outros chegam

e continuas, ora em silêncio sepulcral, ora num burburinho infindo.

É esta tua vida.

Quantas felicidades proporcionastes a tantas ou quantas ilusões

foste testemunha fria, silenciosa.

A humanidade é assim mesmo. Num dia rir n’outro chora e tu continuas

firme. Tuas bóias te fazem subir ou descer com as águas.

És impassível a tudo e a todos.



Se pudesse homenagear-te em versos ou em prosa o faria,

Porque por tantas vezes me destes paz, tranqüilidade, amor,

Segurança e não sabes e como a mim o fizestes a tantos.

Cais do porto de Manaus, 1985.



Considero-me marinheira, sem navio, nem cais, mas foi onde encontrei

Paz, amei, fui amada, fiz 99 viagens nos catamarãs da falida ENASA, que tanta falta fez ao povo interiorano, eram cinco navios, três regionais, AMAPÁ, RONDÔNIA, RORAIMA, dois turísticos, AMAZONAS e PARÁ. Um crime praticado contra todos nós, paraenses, amazonenses. Na destruição, o RONDÔNIA foi vendido a outra empresa e ainda vence a distância de três dias, descendo o Rio Amazonas e cinco de subida, de Belém a Manaus. A vida é um diário, cada dia, cada hora, segundo, instante, uma história. Escreva sua história. Ana Zélia

























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