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Poesias-->RIDÍCULO. -- 24/09/2008 - 09:11 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420488051810600


RIDÍCULO.

Ana Zélia



Ridículo é o que eu penso da vida.

Ridículo é se querer ser, quando nada somos.

Ridículo é tentar escrever sem ter assunto.

Ridículo é ter-se duas mães e sentir-se órfã.



Ridículo é nos tornarmos mudos quando sabemos falar.

Ridículo é iludir-se com “tudo” e não se ter “nada”.

Ridículo é querer amar e ser amada.

Ridículo é quando amamos tanto e não somos nada.



Ridículo é vivermos numa sociedade que esmiúça nossa vida, como se fôssemos alguma coisa e não somos “nada”.

Ridículo é nos tornarmos ridentes, quando perdemos o único motivo de vivermos. Amar e ser amada.

Ridículo é sermos tratada como “canhão de guerra”, que nenhum mal causa a não ser a si mesma.



Ridículo é o fingir ser bela, estrela, quando perdemos o céu, não temos brilho.

Ridículo é este pisar covarde de alguns nas pessoas.

Somos frágeis, temos uma vida que nada vale.

Ridículo é se ter dias contados para a partida, quando nem sequer chegamos ou nos perdemos na caminhada.



Ridículo é sermos numeral, quando nos deram nome.

Ridículo é chorar pela paz, pedi-la a Deus, quando ela acabou faz tempo.

Ridículo é se querer morrer para poder viver.



Ridículo é sermos invisível a olho nu, quando somos matéria de carne e osso.

Ridículo é o ir e vir à procura de não sei o quê.

Ridículo é se chorar na despedida, por alguém que nunca nos pertenceu.

Ridículo é o medo de tudo, sem sermos “nada”.



Ridículo é o futuro que nos reserva o destino, cinco palmos e o pé, um buraco improvisado, flores atiradas, barro jogado com mãos de ódios ou de amor, pior ainda é o esquecimento...



Ridículo é se roubar uma flor, iludindo a si mesma.

Ridículo mesmo é se desejar um beijo na testa e ele nunca ser dado nem mesmo pelo vento que nos sopra o rosto.



Ridículo é a perda de tempo, escrevendo “nada”...



(Poema publicado em “ A Crítica”, Manaus-Am 20.11.1989) e parte do livro Mulher! Conquista fácil!... (poesias e crônicas) publicado pela Universidade Federal do Amazonas/1996.









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