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Contos-->O Grande Hotel -- 11/12/2007 - 22:21 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Grande Hotel, ao contrário da Pensão de beira de estrada,tinha mesas grandes em que se acomodavam para refeição, folgadamente, vinte pessoas. Diariamente muitos comiam, mas poucos pagavam. Muitas vezes acontecia de um hóspede não ter dinheiro para pagar a conta e mamãe escondia a mala. Retinha a bagagem condicionando a devolução ao pagamento da dívida. Como ela tinha o costume de puxar uma soneca depois do almoço, papai ia de mansinho, pegava a mala e liberava o freguês sem nada receber. Nem casa de caridade mantida por instituições filantrópicas serviu tanta comida de graça como o hotel de Seu Zezinho. Só se via a cor do dinheiro quando meu irmão Rodrigues estava no caixa, e papai não estivesse por perto para dizer. “Meu filho, não receba nada de Compadre João. Não está lembrado dele? Seu pai deve muito favor a ele!” A mesma coisa acontecia quando seu Antônio e muitos outros compadres pediam a conta. Famílias inteiras hospedavam-se no Grande Hotel sem pagar nada. Era o milagre da partilha do pão. Dormia-se sem saber o que comer amanhã e no dia seguinte a mesa estava farta.
Tínhamos mensalistas bancários,uma profissão que deixava meu pai bastante encantado. Certa vez, chega em casa com uma máquina Remington. Naquele tempo uma máquina de escrever custava o equivalente ao preço de um computador hoje. “ Tome aqui, meu filho! É pra você treinar pra ser bancário”. Para ele nada era impossível. Colocou-me na escola de datilografia da família dos Martins e logo me tornei exímio datilógrafo, prestei concurso para trabalhar no Banco do Estado e fui aprovado.
Sua ânsia de ter um filho bancário era grande. Não se conteve com o resultado, foi procurar Dr. Helvídio, governador do Estado, filho de Picos que passava uns dias em sua terra natal. Queria saber se o filho tomaria posse.
- Helvídio, meu filho passou no concurso do Banco do Estado. Vim aqui pra saber o que você pode fazer por ele.
Helvídio pegou o telefone e ligou imediatamente pra diretoria do Banco em Teresina. Voltou-se pra meu pai e disse: "Zezinho, você não confia no taco de seu filho? Ele tirou segundo lugar. Obteve a média de 9,4. Vai tomar posse logo".
O bom velinho voltou eufórico para casa e contou a história, repetidas vezes para os seus amigos, durante muito tempo em sua vida. Os filhos cresceram cada vez mais e venceram muitos desafios. A felicidade dos velhinhos com a educação dos filhos era total. Essa foi a nossa grande motivação.


LIMA, Adalberto;RODRIGUES, Francisco José et al. O Brasil nosso de cada dia.
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