Deitada, sinalizo meu corpo
Frente ao espelho. Refletido
O rosto, teu, amor, eu toco o seio
Quando lembro tua mão no meu.
Em sonho, tua boca mais que presente
Desfazendo dúvidas, receios, temendo
A dissolução!
Deitada, deslizo minha mão
Sobre essa pele que ainda é tua
E em prantos, me vejo, só e nua
E úmida te vejo na minha tela.
Revejo teu toque, tua voz tão
Desejosa e me dizendo ansiosa,
“Eu te amo”, mas além disso
Nada eu posso mais.
Deitada, releio mentalmente
Cartas ainda guardadas, resumo
De uma paixão consagrada
Através de um amor que
Não viveremos mais.
Eu te amo, meu grito é o eco
A um amor que chegou tarde demais!
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