MÃE. (Para minha mãe Dra. Ana Zélia)
Harlheinz Schneider
É Escorpiana, mulher, guerreira.
Lutaste contra ti e contra todos.
Hoje, venceste... Quem não te conhece, não sabe como sofreste...
Fostes mãe e pai ao mesmo tempo,
Criastes três filhos, olhai em seus olhos,
alguém diz que não tem nada a ver contigo?
Fostes professora, agricultora, escultora,
Doutora das leis, radialista, pintora, atriz, poetisa,
vencedora de lutas travadas, basta retroceder no passado.
Tens na memória os momentos da tua vida, que nem a mim,
nem a ti, fizeram sorrir.
Hoje viajas, se deixa desligar do tempo.
Esquece-te de ti e de tudo mais por aqui.
Vai! Descansa... Nem precisa refletir.
A tua vida precisa de paz, não de pausa.
Pausa só para as tuas pálpebras que se fecham,
ao te deixar descansar, ao te deixar dormir.
Por onde anda a “Mulher é o bicho!”?
Ainda tens “Um olhar para o futuro!”?
Disseste às mulheres “Mulheres! Eu sobrevivi!”
Sim eu me lembro! Eu me lembro! Ainda era pequeno quando te disse:
Mãe, mãe tem uma cobra ali!...
Deste uma de caçador, pegaste a espingarda calibre 12 e descarregaste
uma caixa de cartucho na pobre cobra.
Eu olhei, ela olhou... Mistério! A cobra não morreu...
Só esquecemos-nos de pensar uma coisa...
“Um ser que nós não podemos, só é maior do que o medo que temos,
porque acima de todos há um Deus que tememos”
Chorastes! Lágrima de mãe é divina.
Tem a forma cristalina, que um dia banhou tua face.
Ofereceste tua vida em sacrifício santo.
Que Deus poupou teu pranto e fez teus inimigos rolarem em desencanto.
Foi advogada de um pobre demente, culpado, sim...
Tentaste fazê-lo inocente.
Tentei absorver-te a paixão que agora resume.
Destes a mão e ainda me afagas, é a voz de mãe que me aconselha e ouve
meus queixumes.
A ti só tenho a agradecer, a minha própria vida, as minhas glórias queridas.
Os sonhos meus.
Dizendo chorando agradecido:
“Bendito seja Deus!
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Para minha mãe Dra. Ana Zélia, Manaus, 18/08/2006, seu filho
Dr. Harlheinz Schneider
Nota da autora. Talvez a ânsia de vencer não me tenha dado tempo de observar meus filhos, ao escolher o curso técnico optou por Eletrotécnica. Eu morria de medo de um filho meu trocar uma lâmpada. De estagiário passou a empregado da Empresa e num dia negro, seu chefe morreu eletrocutado. Mudei sua vida, fez computação, foi ser bancário. Um dia me disse que estava cursando Direito, já não se sentia seguro. Não era mais o banco do Estado para o qual foi concursado, mas outro banco. No dia em que ele recebeu a carteira da OAB/AM, como advogado, o banco o dispensou. Advoga, aos poucos começa a se preparar para ser um futuro Juiz, Promotor, Procurador, quem sabe o que nos reserva o destino. É a sua segunda poesia que publico na usina de letras, Vôo GOL 1907.
Palavras de mãe, obrigada, a advocacia é a mais linda das profissões, mesmo hoje quando se espera anos para se fazer a primeira audiência, escolheste Trabalho. Que Deus te abençoe. Ana Zélia
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