Trocas de venenos
Morta a imagem, frio o silêncio
e nada mais ronda em meu peito
porque, se já morri, meus olhos não o disseram.
Olhar vago dou ao horizonte,
olhar sem dor, olhar sem nome...
um olhar que olha pra ninguém.
Morta a imagem, frio o silêncio,
morro-me a sobreviver de algum veneno
que beijou tua boca antes mesmo de eu tê-la beijado.
Taça de papel, vinho de fumaça,
um trago de fogo em minha boca,
um olhar vazio, desejo morto
na imagem do silêncio de tua mesma boca,
beijada ou não por meu veneno.
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