Lambança
Ai que lambança, voltei
a ser criança, enchi a pança
entrei na dança, pulei, pulei,
no chão rolei, e não fiz nada.
Não cozinhei, cozinhar é
maçada
Literatura é nada. Pensar que
se sabe é piada.
O menor Ser celestial sabe mais
do que qualquer mortal.
O melhor é ser criança, sonhar-se
um jardim sem fim. Tentar com as
mãos o céu alcançar. Ir à lua, e passear
ao luar.
Ouvir música nenhuma e dançar até se
fartar.
Não ter um centavo no bolso para gastar
e sentir-se milionário, não por ser um
visionário, mas porque nele mora toda a
riqueza do mundo.
O seu “eu” profundo lhe mostra outro
Mundo. Onde a fome acabou, a violência
não terminou, porque nunca começou.
A tristeza e a dor nunca existiu, porque o
amor nunca faliu.
Desconhece a pressa, tudo acontece
naturalmente, e segue contente, espera
que o céu se faça na Terra.
Sonhar assim, não é um sonho vão,
quer aconteça, ou não.
Lita Moniz
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