Falar do tempo, saudade ardendo,
é coisa de perder a fala, some.
Olha aqui, ali, o corpo todo sofrendo,
sai do compasso, até do nome.
Melhor nem pensar, deixar esvair-se,
numa poça, ou evaporar-se tépido.
Nem um, nem outro; talvez cair-se,
em si e torná-lo mais lépido.
Ocorre ser uma vontade imensa,
mais para viver, nunca temer,
saber ela ser o motivo de pulsar.
Enfim, simples, mas muito intensa,
não mais buscar palavras, menos tremer,
minha mulher, sempre a me impulsar.
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