Entre os anos cinqüenta e começo dos anos setenta , havia um colégio particular administrado por freiras que ficava no município da Lapa , localizado há 60 quilômetros de Curitiba . Este estabelecimento chamava – se São José e nos seus fundos havia um convento .
Nesta escola havia uma irmã , que também era professora , cujo o sonho era transformar aquela instituição em uma escola para as crianças carentes de uma favela chamada Vila Brusca . Um certo dia , ela deu esta sugestão para a madre superiora , mas não foi ouvida . Então sempre que podia esta religiosa recolhia donativos para as pessoas da Vila Brusca .
Uma vez ela discutiu com a diretora , pelo mesmo motivo de antes , e no meio da briga esta religiosa exclamou :
- Mesmo depois de morta , eu transformarei este colégio particular em uma escola pública para ensinar as crianças carentes da Vila Brusca !
Após este debate , a irmã foi ao seu quarto , desmaiou e faleceu .
Diz a lenda que depois da sua morte , coisas estranhas passaram a acontecer naquele colégio : as luzes acendiam sozinhas , os aparelhos elétricos ligavam sem comando e era possível ver vultos de noite . Coincidentemente , após o falecimento desta irmã , a situação financeira do Colégio São José piorava a cada ano . Por isto no começo dos anos setenta , as freiras decidiram fechar o colégio e transferiram o convento para outro lugar .
Nos anos oitenta esta escola abandonada passou para os cuidados do governo e a secretaria de educação da Lapa encaminhou as crianças carentes da Vila Brusca para estudarem naquele estabelecimento , que tinha virado público . Então aquele lugar passou a chamar – se : Escola Barão do Rio Branco .
Em 1989 a aluna Patrícia , de seis anos de idade , machucou a perna no pátio e começou a chorar . De repente , esta garota viu uma freira que disse :
- Menina , por favor não chore !
- Levarei você ao ambulatório e tratarei dos seus ferimentos .
Assim a irmã levou a estudante a uma sala onde havia objetos de enfermagem antigos , que pareciam ser dos anos sessenta . A religiosa passou álcool , mercúrio e colocou gaze no machucado da criança que disse :
- Obrigada !
- Poderia me levar para a minha sala de aula ?
- É que sou nova aqui e acho que me perdi .
Deste jeito a freira pegou na mão de Patrícia e a guiou até o corredor onde ela estudava e falou :
- Sua sala é a terceira à direita .
- Agora , vá !
A aluna deu três passos e quando olhou para trás , a irmã tinha desaparecido . Então ela entrou na sala de aula e a professora indagou :
- Patrícia , onde você esteve este tempo todo ?
Assim a garota explicou :
- Eu me machuquei no pátio , quando não tinha ninguém .
- Então uma freira me levou até o ambulatório e fez estes curativos em mim !
Deste jeito , a mestra ralhou :
- Pare de mentir , menina !
- Não existem freiras neste colégio há mais de vinte anos !
- Onde fica este ambulatório ?
Desta maneira Patrícia levou a professora até o local onde era o ambulatório . Porém a mestra abriu a porta e viu que só tinha um depósito de livros velhos naquela sala . Mesmo assim , a professora fez uma cara de assustada e exclamou :
- Nossa !
- Segundo falam , este lugar foi um ambulatório há vinte anos atrás .
Quando chegou em casa , Patrícia contou o causo para a sua mãe , que afirmou que a pessoa que socorreu a garota foi o fantasma da freira que morreu .
Luciana do Rocio Mallon
