Quem é essa pessoa que está dentro de mim,
Que aponta várias direções, dum caminho que não conheço,
Veda meus grandes olhos verdes, deixando-me amedrontada,
Tira minha fantasia adolescente, e arremessa-me às garras da incerteza,
Hoje, nada sei, nem mesmo quem reflete essa imagem distorcida que espelho.
Grito para o éter, com os decibéis de minhas 20 dúvidas,
Eccooaannddooo, ele vai......, vai........, ai......, traz uma certeza....,
Quero todas elas a sustentar-me no anil, vôo rumo ao horizonte meu,
Chegando lá...., encontro um lugar que não existe...., navego nos mares meus....,
Até onde a vista alcança, provo do mel que tem gosto intragável de fel.
Pairando, vejo oásis nos desertos de minhas necessidades,
Pego carona no vento, que sopra até a plenitude de meus desejos,
Nessa mudança, contingência da grandeza a conquistar,
Somatório dos largos passos cambaleantes a atinar,
Que mundo é esse, não possui a leveza de meu ser.
Não quero ver, morrer em mim..., meus verdes sonhos,
Não quero ver, apagar em mim..., fraca chama acessa, porém perpétua,
Não quero ver, estrada larga das dúvidas que construí,
Não quero ver, esses meus olhos marejados de lágrimas a verter no oceano,
Não quero ver, minhas violetas dentro de gaiolas.
Ricardo Marques |
