Avaliação (*)
A colega já maduro
Indaga (e passa um apuro!):
"De zero a um, quanto mereço?"
E esse entende: "zero a dez"
E diz: "Zero!" Triste, os pés
Fogem-lhe e indicam o preço...
Sentindo a agrura do gesto,
Tenta conserto: "Algum empresto
E, assim, dou-lhe sete e meio."
O avaliado fica tonto;
O resto não mais lhes conto,
Porque o acho bastante feio.
Mas nem tudo está ao vento,
Ouve-os jovem de talento,
Que corrige essa heresia:
"É sempre dez sua nota,
Esqueça-o e a tese velhota;
Por mim, bem maior seria."
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(*) Brasília, DF, 02/09/2009.
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