Jorge era um senhor de oitenta anos , gordo e grisalho que trabalhava desde os seus cinqüenta anos de idade como Papai - Noel , numa cidade do interior . Este idoso viva dizendo :
- No dia que eu morrer meu espírito enfeitará todo o cemitério com arranjos natalinos .
Além de trabalhar como Papai – Noel , nos estabelecimentos comerciais , todo o dia 25 de dezembro Jorge pegava o seu caminhão e distribuía presentes , gratuitamente , para todas as crianças da cidade .
Porém num certo ano , no dia 22 de dezembro , um crime abalou a cidade em que este senhor morava : um garoto foi encontrado deflorado e esquartejado , numa quadra de esportes , que ficava atrás do shopping em que Jorge trabalhava como bom velhinho .
O retrato falado do suposto assassino foi feito pelas autoridades com a ajuda de algumas testemunhas que afirmaram que o suspeito vestia uma fantasia de Papai – Noel .
Então a polícia prendeu Jorge na cadeia para que ele fizesse um exame de DNA , que daria certeza se este idoso seria o assassino da criança ou não . Naquela noite , o corpo do velhinho apareceu enforcado e no dia seguinte o resultado do exame deu negativo . Portanto Jorge não era o assassino do garoto .
Este senhor foi enterrado no dia 23 de dezembro no principal cemitério da cidade .
Quando soou meia – noite do dia 25 de dezembro , aconteceu algo estranho naquele campo – santo : surgiram luzes natalinas , misteriosamente , em todos os túmulos e no jazigo de Jorge apareceu uma árvore de Natal enorme cheia de presentes , que vinham com os nomes de todas as crianças da cidade , inclusive com o apelido do menino que foi assassinado .
O coveiro e os administradores não souberam explicar o fato . Além disto , o diretor daquele cemitério entrevistou cada parente de Jorge . Pois estava desconfiado que aquela baderna toda seria armação de alguém da família do idoso morto , mas todos negaram o fato .
Esta lenda ficou conhecida como : O Cemitério do Papai – Noel .
Luciana do Rocio Mallon
