Imóvel
Meu velho par de tênis
e a brisa,
a pressa.
A esquina que se oculta,
a rua,
as coisas nuas (minhas, tuas).
O tempo varre as peles
cansa os genes
-vai com tudo
e nunca –nunca-
retrocede...
E eu te guardo
num botão quase amarrado
como um fado.
Te detenho entre meus dedos
feito arte que embebeda
como pétala num livro
te eternizo –inutilmente-
e em desejo,
te embalsamo.
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