Engº. Agrº. Paccelli M. Zahler
Seção de Sanidade Vegetal da DFAARA/DF
Ministério da Agricultura - Brasília, DF.
A principal função da vigilància fitossanitária é levantar e acompanhar o surgimento e a expansão de pragas e doenças das culturas de importància económica e sugerir medidas eficazes para seu controle e erradicação.
Para isso, precisa contar com uma rede de observadores de campo-papel cumprido pelos órgãos de extensão rural (EMATER, por exemplo) os quais enviarão semanalmente amostras de campo para um laboratório central que, por sua vez, se encarregará do diagnóstico de pragas e doenças dos vegetais. Com o passar do tempo, tais informações podem ser processadas em computador, através de programa específico, tornando possível determinar o período de maior probabilidade de ocorrência da doença ou praga de importància económica. Tal informação, conjugada com informações climáticas daquele período, permitirão que se chegue aos fatores climáticos favoráveis ao aparecimento da praga ou da doença, desde que estas sejam influenciadas pela umidade relativa do ar, período de molhamento da folha, temperatura, etc.; e assim, chegar-se a um modelo matemático que estime, com a maior precisão possível, a probabilidade de ataque da praga ou do patógeno para que o produtor tenha condições de tomar algumas providências para a proteção da cultura, como por exemplo, a pulverização com agrotóxico específico e seletivo recomendado por engenheiro agrónomo, mediante receituário.
No trabalho de elaboração do modelo matemático, todos os fatores que condicionam o aparecimento da praga ou da doença devem ser eliminados como, por exemplo, o manejo inadequado da água, o uso de sementes ou mudas contaminadas, o baixo nível tecnológico e intelectual do produtor. Por isso, é recomendável trabalhar em região com microclima uniforme, com produtores do mesmo nível tecnológico e que aceitem passar por um treinamento para entender e saber usar as informações geradas pelo Sistema de Previsão de Ocorrência de Pragas e Doenças dos Vegetais.
Devido ao grande número de informações que são necessárias para se chegar a um bom modelo matemático, a previsão só tem sido viável para um pequeno número de culturas de importància económica, geralmente, frutíferas. Para as demais culturas, o que tem dado bons resultados é o monitoramento, acompanhando-se o número de insetos por folha ou área; e da percentagem da área foliar atacada por algum patógeno.
A pesquisa ainda está dando seus primeiros passos no campo da previsão de pragas e doenças dos vegetais, pois existem algumas lacunas na ecologia de insetos e patógenos que precisam ser preenchidas porque são muitos os fatores ambientais envolvidos. A eles juntam-se os fatores sociológicos, o que significa que, se não houver interesse dos produtores rurais, todo o trabalho ficará perdido.
(Texto de divulgação para produtores rurais do Distrito Federal elaborado em 1992)
