Não há forças...
Não me restam esperanças,
Tudo que tinha se foi...
Pela estrada,
o caminho desaparece
num pretume nebuloso,
não há luz...
O ceu que parecia azul,
fecha-se, como para tempestade.
Por uma fenda do
espaço escuro não vejo luz.
Estou a espera de um
amanhecer que não chega,
trazendo com ele
minha alegria e meu encanto.
Só me resta remoer lembranças
no meu canto escuro.
Sei que à minha volta
tenho mãos disponiveis e
dispostas a me fazer feliz,
mas não estou disposta a erguer
os braços e me agarrar a esperança
de um recomeço.
Fico aqui mesmo, lembrando e relembrando
cada dia, cada hora, cada momento
do que considerei felicidade.
E se não for da mesma forma
ficarei como estou,
sozinha, no meu canto escuro,
remoedo as lembranças,
do tempo que fui feliz.
Valentina Fraga |