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Contos-->Lendas da Vó Lena -- 24/02/2009 - 12:50 (Luciana do Rocio Mallon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lendas da Vó Lena

Lena era minha avó paterna que morava no interior de Mafra – SC , num vilarejo rural chamado Butiá do Lajeado . Ela gostava de contar muitas lendas e causos , leremos algumas abaixo :

A Mulher Que Trabalhou Numa Sexta – Feira Santa

Era a época da Quaresma e eu estava ajudando esta minha avó nas atividades domésticas , quando ela indagou :
- Você sabe por que o serviço de casa nunca acaba para as mulheres ?
Assim falei :
- Não .
- Por que , será ?
Então ela respondeu :
- Há muitos anos atrás , na Antiga Roma , um papa disse que ninguém deveria trabalhar na sexta – feira santa , nem sequer fazer os serviços domésticos .
- Mas uma católica pagã desobedeceu as ordens do papa . Então ela lavou , limpou a casa , tratou os animais , arrumou a horta e tudo isto numa sexta – feira santa .
- O papa , que também era vidente e tinha poderes sobrenaturais , descobriu tudo . Por isto foi até a casa da moça desobediente e exclamou :
- Você trabalhou na sexta – feira santa e por isto todas as mulheres serão castigadas !
- A partir de hoje os serviços domésticos de todas as mulheres do mundo nunca terão fim !
- Terá um dia que , mesmo trabalhando fora , as mulheres terão dupla jornada de trabalho , ou seja , elas trabalharão para seus patrões e também farão as atividades domésticas sem nenhuma folga .

Lenda da Júlia Gomes

Entre as visitas que a minha avó Lena recebia uma destacava – se : era Júlia Gomes , uma senhora com transtornos mentais que andava pelo Vilarejo do Butiá do Lajeado .
Um certo dia perguntei para a minha avó :
- Desde criança esta senhora com problemas neurológicos , a Júlia ,vem visita – la .
- Ela sempre morou aqui ?
- Qual é a história dela ?
Deste jeito minha avó explicou :
- Diz a lenda que Júlia foi abandonada , quando era criança , numa estrada deste vilarejo . Uma senhora vendo a menina perdida a adotou . Porém como a garota sofria de transtornos psiquiátricos , ela não parava em lugar nenhum e vivia visitando os vizinhos ao redor .
- Um certo dia quando Júlia já era adulta apareceu um circo nesta zona rural . Assim esta senhora resolveu visitar os artistas fora do horário das apresentações .
- Naquela época ela veio visitar – me vestindo uma cartola de mágico na cabeça . Mas quando Júlia foi embora ela esqueceu o chapéu em cima da mesa da cozinha .
De noite achei que havia alguém dentro de casa . Por isto saí pelo corredor e dei de cara com um coelho branco . Achei o fato estranho porque não era comum ver coelhos nesta região de Mafra . Assim coloquei o bicho para fora . Meia hora depois avistei um coelho preto em cima do meu cobertor , peguei o animal pelas orelhas e coloquei no jardim . Ao passar pelo corredor vi que a cartola do mágico estava caída no chão , fiquei com medo e coloquei o chapéu na mesa da churrasqueira que ficava fora da casa .
- No dia seguinte fui até o circo perguntar ao mágico se ele tinha perdido uma cartola . O artista disse que sim e expliquei que Júlia , uma senhora com problemas psiquiátricos , tinha trazido o chapéu até a minha casa . Mas nunca me esquecerei do que o mágico disse :
- O problema é que minha cartola tem poderes sobrenaturais mesmo !
- De vez enquanto surgem coelhos , de dentro dela , nas noites de Lua Cheia .

O Lobisomem do Butiá do Lajeado

Um certo dia fui visitar a avó Lena e perguntei :
- Vó , a senhora conhece alguma história de lobisomem ?
Desta maneira ela respondeu :
- Sim e irei contar :
- Há muitos anos atrás morava neste vilarejo uma mulher que tinha seis filhas . Quando ela ficou grávida do sétimo neném , as pessoas exclamavam para a pobre :
- Cuidado com esta criança , pois se ela nascer menino virará lobisomem !
- Pois é isto o que a lenda diz !
Depois de nove meses nasceu um garoto . Mas ele era tão discriminado pela vizinhança que a mulher deu o moleque para uma irmã , que morava em Curitiba , criar .
Com o tempo as meninas cresceram e casaram .
Um certo dia esta senhora faleceu deixando este sítio do interior vazio .
Alguns dias depois chegou um rapaz estranho e instalou – se na casa .
Numa noite de Lua Cheia , bem numa sexta – feira , um animal atacou meu galinheiro e comeu algumas aves . No dia seguinte , levantei-me e vi o resto das penosas no chão . Na hora do almoço , aquele moço estranho veio até a minha residência e perguntou :
- A senhora tem um punhado de sal para me emprestar ?
Fui até a dispensa , peguei um saquinho com sal e disse :
- Rapaz é melhor tomar cuidado .
- Pois quem ataca galinheiro nas noites de Lua Cheia e no dia seguinte corre atrás de sal , com certeza , é lobisomem .
Depois daquele dia nunca mais vi aquele rapaz . Algum tempo depois a casa dele foi demolida e o sítio vendido .
Luciana do Rocio Mallon





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