Fiz um poema.
Não dos que existem por aí.
Fiz um verso em cancão,
não escrito em papelão.
Escrevi em minha alma,
tendo o sangue como tinta.
e a cada emocão que sentia,
o fluxo interropia,
e logo em seguida explodia.
Fazendo uma linda rima,
daquelas que fazem corar.
Cada rima, uma estrofe,
Cada estrofe, um olhar.
Mas não esperava a sangria,
e de pulsos abertos me via.
A sangrar abundantemente,
rasgaram o poema, violentamente.
E pra não ficar a lembrança,
rasga-se o corpo que é folha,
apagando o sangue que marcou
deixando marcada apenas,
a saudade que ficou.
Valentina Fraga. |