Todas as pistas
maria da graça almeida
É impossível ser sucinta quando a perplexidade é vasta!
Se o texto ultrapassar os limites da possibilidade
e da tolerància...paciência.
Aliás, paciência é tudo o que nós nos pedimos,
ultimamente e é só o que nos solicitam, hoje em dia.
E o povo é bom, atende, aceita e emudece. Obedece!
Descobrimos que dos telejornais o público mais fiel
é composto por marginais (rima inevitável). Garantem-lhes
a audiência. O telejornal é a escola preocupada e
comprometida com a aprendizagem dos homens do crime.
É a universidade que gratuita prepara, orienta,
fornece valiosos dados à criminalidade, através
de eficientes mestres, que apesar de não terem
provado da receita, sabem dos ingredientes
utilizados. Cada estratégia policial é detalhadamente
descrita. Os feitos são relatados com a precisão
do dia, hora e local. Tudo é elucidado. No vestibular
do crime, bandido nenhum é surpreendido, não há
"pegadinhas". As particularidades são previamente
explicadas e devidamente esclarecidas e para tão
eficiente ensino, comentou-se -queria saber da veracidade-
que a televisão conta com a coirmã, a Internet,
que didaticamente, cuida do passo-a-passo
da criminalidade, quando explicita o preparo de bombas;
não as delícias de creme, da culinária calórica,
mas as bombas a serviço da especialização do crime. É mesmo?
Quando é que nossos repórteres desistirão de
fornecer pistas a bandidos? Será que para a inusitada
prática não há censura, não há restrições? Ou será
que na falta de notícia, recorrem à irresponsabilidade?
É incrível! Creio que, do bom senso, o relógio
brasileiro parou. Já está passando da hora de
acordarmos para a correção de tais absurdos;
enquanto os homens da lei dormem,
os bandidos estão cada vez mais despertos,
espertos e bem informados!
Parabéns, professores!
maria da graça almeida
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