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Poesias-->Prefácio para uma nova constituição íntima -- 18/05/2010 - 01:52 (E.L. Kamitani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Senti sua falta

Ontem e hoje

Senti sua ausência maciça

A ausência da frase e do sentido

A ausência valente e positiva

A ausência repleta de explosão

Ausência quase eólica e etérea

A me chamar nos confins da madrugada



Eu senti sua falta

Nas frequências do ruído da noite

Eu senti a falta completa

A falta plena e explícita

A coisa certa a ser dita

Eu senti a falta



Não posso fugir da falta que você me faz

Não posso fugir das coisas que você não diz

Não posso fugir do que pertence apenas

[ao mundo das possibilidades

Não posso, não posso mesmo deixar de sentir falta

Daquilo que apenas se insinua

E se emaranha no tédio iluminado e pluviométrico

Das árvores

Não posso evitar (eu sinto falta) dessas barreiras imaginárias,

De refúgios bizarros que se desenham nas paredes da ruína.



Eu vejo o céu. Parece uma catarata.

Eu veo o irisado horizonte transpirar

O sórdido vapor do cansaço. Eu vejo o arame

Circundar e fender a carne, produzir um arrepio,

Qual vitrola do horror

A decifrar as tensões gravadas nos sulcos da alma!



Ai de nós, ausentes, ai dos saudosos,

Que não sabem medir a distância e a inventam

Que não sabem reprimir a frase de súplica,

Vogais de espórtula e migalhas, consoantes de arestas

E aço. Preciosismo de ourives: esculpir e burilar

A minúscula pedra residual. Tijolinho de um mundo

Menor que o átomo e a compaixão humana.



Eu sinto falta

Fome

Pressa

Iminência de desmoronamento

Liberdade tardia
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