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Poesias-->A VOZ DO SOL -- 28/07/2010 - 12:49 (João Ferreira) |
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A VOZ DO SOL
Jan Muá
28 de julho de 2010
Vocês dizem
Que sou vosso Rei
E é verdade
Embora a maior parte dos humanos
Não se dê conta disso.
A Terra é um de meus domínios
Meu trono está bem mais em cima
Mas deleguei a vossa mãe a Terra
Para me representar
Ela se desincumbe muito bem da missão
Pela fidelidade que guarda comigo.
Coloco em seu seio toda a ajuda necessária
Para vos sustentar
Crianças ou adultos
Sois como meninos
E infantes em dependência absoluta
De vosso pai e rei.
Envio tudo o que pode significar ajuda
De sustentação
Pensão alimentícia
Bolsa Família
Bens de raiz
E investimentos
E assim todo o meu esquema vira o mais perfeito
Orçamento de Estado do cosmos!
Não há nenhum Lula que faça o que eu faço
Por vocês
Sou benevolente e cuido com carinho de vocês
De longe assisto a vossos dramas bobos
De crianças indisciplinadas e doentes
Que criam sofrimento pesado
Só porque desobedecem às leis da natureza
Seria bom que a luz que vos mando
Gratuitamente
A cada dia
Passasse a iluminar vossa cabecinha
Individual e social
De tal maneira que cada indivíduo
E cada grupo ou comunidade entendesse
Que não adianta provocar rebeldias radicais
Que fracassam diante do poder limitado
Do próprio homem
Pois tudo vira poeira que os séculos
Testemunham
Não precisareis de muito esforço para lembrar
Que a condição humana
Como já escreveu André Malraux
É vossa veste permanente
Prezai por isso a roupinha que tendes colada ao corpo e à alma
E procurai zelar sua conservação
Tudo isso facilitará vossa travessia no mundo
Abri a mente às luzes divinas de Apolo
Esta foi até agora no mundo
A grande atitude revolucionária
Que levou algumas gerações felizes a entender justamente as leis da terra e do cosmos
Adoro vocês
Porque sois meus filhos
E gosto muito de vos ver coradinhos e saudáveis
Caminhando, trabalhando, animados
Fazendo cooper e exercícios
Ou remo no Lago Paranoá
Ou em outros lagos
E amplos mares
Adoro ver-vos em dias de sábado
Felizes por terdes um tempo livre no Clube
E virdes ter comigo para me sentir mais intimamente
Vos expondo aos raios de meu corpo
Adoro olhar-vos cá do alto
Da sede heliocêntrica
A tomar banhos de sol
E depois ver-vos pulando alegres nas piscinas
Ou nas cachoeiras
A participar de churrascos
E de convívios e festas
Acompanho vocês e tenho de tudo um registro
Mais do que digital
É um registro atômico feito de matéria incandescente
Formada de hélio e hidrogênio
É um registro responsável de quem tem
A vossa vida nas mãos
Com o maior carinho faço questão de vos garantir o crescimento
E vejo como vos divertis por aí
Na Terra
Amando e desamando
Casando e descasando
Vos entendendo e desentendendo
E porque conheço bem vossas rotas
Registro com satisfação
O caminho daqueles que seguem em frente
À procura da fonte da vida
Que está inserida na própria matéria
De que são formados
Sendo a vida a grande lei da terra
Não há porque ir por aí buscando a morte à toa
Doidamente
Diabolicamente
Como se guerras, armamentos, drogas, farcs,
Afganistões e sudões, cambodjas e alcaedas
Resolvessem a felicidade dos humanos
Daqui do alto vos digo como rei
Fugi da violência e dessas estúpidas atitudes que levam à morte
Fugi como o diabo foge da cruz
Minha luz continuará a vos garantir
A saúde, a prosperidade e os bens na terra
Respeitai o seio de vossa mãe a Terra
Evitando todas as formas de poluição
Lutai por me entender e compreender
Meus queridos filhos.
Para me compreenderdes tereis de me ouvir
Tereis de refletir
Tereis de vos dispor
Digamos assim
Como os humanos um dia se dispuseram
A ouvir Zaratustra - o profeta enviado à terra
Nos tempos de Frederico Nietzsche.
Sou vossa luz
Garanto vossa vida na terra
Nos mínimos detalhes:
Quando me entendereis???
Jan Muá
28 de julho de 2010
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