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Poesias-->Um retrato do cinza -- 24/08/2010 - 08:41 (E.L. Kamitani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Um retrato do cinza





Corro como um bólido

Em direção à luz estonteante.

Domínio sagrado do vermelho,

Arrisco alguns bons números.



Nunvens: confortáveis, irônicas,

Estranhas. Combinações lineares

Do crepúsculo. Sigo minha intuição

Radial e ignoro a próxima correnteza.



No meu pé está amarrado um barbante.

No meu pé há uma corrente.

Não procuro nem insinuar uma fuga-

Preparo uma nota de rodapé

Como se prepara uma xícara de chá.



Ando tão modesto. Andrajoso e estúpido,

Eu imagino que me basta toda a consolação.

É tanta ventura o esperar, é tanta agonia.

É essa corrida maquinal, anticlerical, do tempo.



Esse estranho passo lunar faz minha terra

Parecer uma esteira. Meus óculos sujos omitem,

Mas há uma porção de cadáveres no caminho.

O caminhão de lixo não passoi hoje.



Domado por tantas regras,

Regido por um espírito burguês e aleatório,

Percebo linhas de tragédia, mas rio,

Turbulento como uma fumaça bruxuleante,

Como acorde rotatório e furioso,

Como broca diamantada batendo no granito do abandono.



Ergui alguns pilares no sedimento,

Confeitei de pombos essa praça onde se anuncia

Profetas fajutos e apocalipticos,

Repentistas sem talentos e amargurados,

Nihilistas desacreditados e torpes.

Cada um armando seu grito

Numa cacofonia espasmódica,

Tensa, viva,

Vendendo seus bilhetes

Aos curiosos (mal do século?).



Alimentando a erosão

Em suas almas corroídas,

Segue assim a procissão,

Sem cruz ou fé,

Sem santo ou mártir,

Mas com uma obediência

De quem crê no que faz,



A cada despedida,

A cada mergulho,

Um estalo

Sinaliza.



Para cada ponto no céu,

Outro na Terra.

Termina empatado.



(Desenho estes retratos

Nessas linhas tortas.

Obituários.

Natureza morta.)

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