Samara No Fundo do Poço
Eu sei que estou no fundo do poço,
Não nego isto, meu querido moço!
Mas sou com uma alma mal-assombrada,
Que, de tanto sofrer, não se assusta com nada!
Eu estou no fundo do poço...
Mas sei que há uma saída...
Enforco-me com a corda no pescoço...
Porque tenho mais de uma vida!
Sou como a Samara no fundo do poço,
Que através de um simples telefonema...
É capaz de causar um alvoroço...
Com a leveza de uma pena!
Vejo a luz no fim do túnel escuro,
Mas sei que é o trem veloz,
Neste labirinto obscuro...
Não temo mais meu algoz!
Sou como a Samara no fundo do poço,
Com cabelos longos e camisola branca,
Tenho a força e a coragem de um colosso
E a paz da ternura que abranda...
O ódio do inimigo que me deixou no escuro!
Um supersticioso joga uma moeda de ouro...
Dentro deste poço frio, gelado e duro...
Assim monto meu tesouro,
Pois fugirei daqui, eu juro!
Eu sei que estou no fundo do poço,
Não nego isto, meu querido moço!
Mas sou a Samara que com um telefonema...
Tenta resolver o seu misterioso problema.
Luciana do Rocio Mallon
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