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Poesias-->LARGUINHO AJEITADO -- 12/10/2010 - 12:19 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


LARGUINHO AJEITADO

Jan Muá

12 de outubo de 2010



Quem não gosta de estar em paz

Bem tranquilo

Numa ruinha pacífica

Sentadinho numa cadeira

Ou num banco

Batendo papo com os vizinhos

Como faziam outrora

Certos habitantes das cidades interioranas brasileiras?

Quem não gosta que o espírito de tranquilidade

E de boa vizinhana se reproduza

E cresça em nossos ambientes

Em nossos bairros e quadras

E condomínios?

Pois eu tenho também um cantinho

Não é uma ruínha nem tão pouco uma mansão

Mas um Larguinho simples

Ajeitado

Numa quadra de Brasília

Com Niemeier e Lúcio Costa supostamente idealizadores

Melhorada pelos posteriores engenheiros e mestres de obras

É um Larguinho ajeitado

Onde a paz da alma me vem visitar

Esse Larguinho

Apesar do zumbido monótono e insistente

Das cigarras na presente estação

Não se deixa perturbar por realidades estranhas

Tem entidade própria

Perfil

É um Larguinho ajeitado

De piso limpo

Suave

Com uma azaleia rosa para descansar os olhos

E uma dose de árvores verdecentes

Que representam a alma da clorofila

No Larguinho há três bancos para quem quiser aproveitar

Sento por vezes num dos bancos do Larguinho

O que faço nessa altura quando vou para o larguinho

É pegar a minha alma

Sentar no banquinho e ficar por ali intensamente distraído

Divagando e analisando a vida e o universo

Mas noutras ocasiões fico com meus amigos

Que são poucos

E converso com eles

Entre os mais notáveis quando me agrada uma conversa mais requintada

Está Mário Quintana

O poeta da vida

Olhem só o poema que ontem ele me recitou:

"Poeminha sentimental"

Ao ouvi-lo e lê-lo de novo

Aquele "fio telegráfico da estrada"

Me mostrou como uma simples metáfora

Acende nossos universos de ideias e de afeições

No finalzinho da tarde aquele Larguinho ajeitado

Passou a ser para mim

Um local literário

Uma academia candanga livre

Onde posso relaxar

E ensaiar voos e pensamentos

Sem taxas e obrigações.



Jan Muá

12 de outubro de 2010
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