As pétalas do sol
Arrancando uma folha por vez,
Eu tento prever minha sina.
Meus dedos queimam a cada sorte lançada.
O chão está coberto de pétalas.
O perfume evadiu do recinto,
Restou esse ar seco –
As dúvidas persistem,
As perguntas fazem a mesma ciranda.
Preciso apagar a luz.
Os olhos alcançam o vulto laranja.
Imito singelamente o outono.
Espero. Alimento o frio. Observo
De meu vértice e imagino o tiro.
De cada corda, eu intuo o nó.
Das cestas que me ofertam,
Eu insinuo a desonestidade da barganha
Do meu turvo copo, beberico
A doce lágrima
Sim, ela me quer
(Eder Kamitani)
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